Conheça o restaurante livre de plástico e poliestireno

26 de outubro de 2018
Reprodução/Forbes

O Goodonya Organic Eatery, restaurante de Kris Buchanan, serve toda a sua comida em pratos de vidro e cerâmica

Há alguns dias, o conselho da cidade de San Diego (EUA) votou pela proibição de recipientes de poliestireno para alimentos e bebidas. Alguns proprietários de restaurantes locais combateram a proibição, e afirmaram que embalagens alternativas seriam muito caras.

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A cidade de Encinitas fica na costa da Califórnia e proibiu o poliestireno em 2016. Na época, muitos proprietários de restaurantes também alegaram que a proibição os colocaria fora do negócio, mas Kris Buchanan, fundadora da Goodonya Organic Eatery em Encinitas, apoiou a iniciativa.

Na época, o Goodonya já estava livre de poliestireno e plástico há muitos anos. O restaurante serve toda a sua comida em pratos de vidro e cerâmica. Para pedidos para viagem, eles usam copos e recipientes compostáveis ​​em vez de plástico descartável ou poliestireno. Kris quis mostrar aos outros empresários como era fácil fazer a troca. “Pegamos todas as coisas que usamos e fomos às reuniões do conselho da cidade. Dissemos: ‘Olha, pessoal. Isso custa 10 centavos e isso custa 8. Você não vai sair dos negócios. Aumente seus preços em 15 centavos. Ninguém vai notar na comunidade. Você terá lucro e estará fazendo a coisa certa’”, conta. “Especialmente aqui no sul da Califórnia, é isso que o consumidor quer, de qualquer maneira”, completa.

Kris não teve problemas em encontrar embalagens de alimentos ecologicamente corretas para seus negócios ao longo dos anos. “A World Centric e a Greenware existem há muito tempo”, diz. Ela também enfatiza que os donos de restaurantes provavelmente não terão de trocar de fornecedor. “Todos, possivelmente, já vendem compostáveis. É muito fácil de conseguir.”

A salada tailandesa 100% orgânica do Goodonya vem em um recipiente compostável feito de bagaço

Quando se trata de sustentabilidade, o Goodonya, certificada como Empresa B (que tem como modelo de negócio o desenvolvimento social e ambiental), está à frente dos novos hábitos, mas Kris ainda se preocupa com o impacto provocado pelo seu empreendimento. Ela diz que, embora todo o seu cardápio seja livre de transgênicos, os contêineres compostáveis ​​são feitos de milho transgênico. O Goodonya está localizado a meio quarteirão do Oceano Pacífico e, como surfista, Kris está aflita com o escoamento de culturas cultivadas com pesticidas. “Até as não transgênicas são tratadas com produtos químicos tóxicos. Comprar alimentos orgânicos é uma das melhores coisas que você pode fazer pelo meio ambiente, na minha opinião”, afirma.

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Ver todo o lixo plástico que acaba na praia também tem sido um motivador para os restaurantes abandonarem o plástico. “Uma vez que você vê o problema, tem dificuldade em contribuir para o aumento dele. Como proprietária de um restaurante, sei quanto dessas coisas eu compro. Adquiro 10 mil copos de uma só vez”, exemplifica. Ela reconhece que mesmo as opções compostáveis ​​não são perfeitas, já que geralmente acabam no aterro, porque são apenas compostáveis ​​em instalações comerciais, e muitas cidades não têm estrutura para isso. “É tudo sobre os males menores e tentar fazer com que as pessoas não aceitem o que não precisam”, afirma.

“Quando estou em minha casa, peço comida para viagem e recebo guardanapos e acessórios e toda essas coisas na sacola. É um desperdício. Eu digo aos restaurantes: ‘Não coloque nada disso!’.” Quando o DoorDash faz as entregas do Goodonya, pergunta se o pedido está indo para casa ou a um escritório. Se é uma residência, ele não inclui utensílios.

À medida que as empresas cada vez mais se afastam dos canudos de plástico, Kris sugere que os consumidores deem um passo além e também recusem a tampa. “Nós servimos kombucha e café frio. As pessoas levam para viagem e os consomem enquanto andam pela cidade. Você não precisa de uma tampa.” Outra maneira de criar menos resíduos? Pedindo comida “para agora” em vez de “para viagem”. “Desacelere um pouco e pare de comer em seu carro”, exemplifica.

Ao conversar com um proprietário de uma empresa ou com um cliente sobre como fazer escolhas mais sustentáveis, Kris dá sempre o mesmo conselho: “Não fique sobrecarregado e não faça nada. Basta, apenas, uma pequena mudança de cada vez.”