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A FORBES fez uma parceria com a empresa de pesquisa de mercado Statista para a criação do segundo ranking anual dos melhores empregadores da América no que diz respeito à questão da diversidade. A lista foi compilada depois de uma pesquisa com 50 mil norte-americanos que trabalham para organizações com, pelo menos, mil funcionários, e conta com algumas empresas cuja aparição na lista, à luz dos acontecimentos recentes, pode ser uma surpresa. A Starbucks e a IBM, por exemplo, aparecem no ranking, e suas posições em 44o e 217o lugar, respectivamente, refletem os pensamentos de sua força de trabalho.
Essa estrutura organizacional pode parecer, à primeira vista, nada mais do que simples semântica. Mas Johnson reconhece o comprometimento quando o vê porque conhece o assunto: em 2017, antes de ingressar na Ball, trabalhou como consultor externo de diversidade e inclusão na mesma empresa, mas também prestava serviço para outras organizações. “O que realmente me impressionou no tempo que passei aqui é como a liderança pode dar definição à palavra ‘inclusão’”, diz Johnson. “Diversidade e inclusão são mais do que apenas pontos de discussão – são coisas que, pelo menos aqui, levamos muito a sério.”
Antes mesmo de entrar na empresa, os funcionários já costumam entender a dedicação da Ball em cultivar a diversidade e a inclusão. Como uma empresa que emprega principalmente engenheiros, a composição de novos contratados poderia facilmente imitar a força de trabalho da área dos Estados Unidos: 79,3% de brancos e 83,8% de homens. Mas a Ball não está interessada em manter a tradição. “Estamos criando uma força de trabalho que se parece com o nosso país e com o mundo”, diz Johnson. E, assim, a companhia criou um canal para talentos mais diversos, desenvolvendo relacionamentos com organizações como a Sociedade Nacional de Engenheiros Negros, a Sociedade de Cientistas e Engenheiros Asiáticos, a Sociedade de Engenheiros e Profissionais Hispânicos e a Sociedade de Engenheiras Mulheres, designando contatos para cada uma delas. “Queremos demonstrar compromisso com as organizações, não apenas como fontes de talentos diversos, mas como nossos parceiros. Queremos ter certeza de que seu bom trabalho seja sustentável e inclusivo.”
Esses contatos dedicados são representantes de nove grupos de funcionários da Ball, chamados de Ball Resource Groups, com um reconhecimento do valor colocado na diversidade e inclusão em todos os níveis da organização. Os grupos – Grupos de Recursos de Habilidades, Africano-Americano, Asiático, Consciência Cultural das Religiões de Funcionários (CARE), Hispânicos, LGBT+, Veteranos, Mulheres e Jovens Profissionais – recebem financiamento da empresa, o que lhes permite participar de eventos que movem suas missões adiante. No ano passado, por exemplo, os grupos Africano-Americano e CARE se uniram a dois integrantes do conselho da empresa com o intuito de sediar um encontro sobre diversidade e inclusão, enquanto o grupo Mulheres uniu forças com três conselheiros para apresentar o Talent Focus, uma conferência com foco na melhoria da igualdade de gênero no local de trabalho.
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A participação dos integrantes da diretoria nos grupos não é incomum, mas parte da cultura da empresa. Como a hierarquia executiva é estruturada de forma a promover a diversidade e a inclusão, cada grupo deve ter patrocinadores executivos, líderes no nível da vice-presidência ou acima. O número mínimo de patrocinadores executivos necessários para cada grupo é dois, mas alguns têm até quatro. “Temos o engajamento do topo de nossa equipe executiva, e isso é algo que John Hayes considera uma prioridade aqui”, diz Johnson. Hayes lidera pelo exemplo, atuando como patrocinador executivo do grupo das mulheres.
Mas não se engane: a Ball ainda tem um longo caminho pela frente. Até o treinamento de inclusão da empresa, que educou mais de 500 funcionários em todo o país sobre tendências inconscientes, está na lista de iniciativas que devem ser aprimoradas, assim como o recrutamento de um grupo mais diversificado de engenheiros. Mas se há uma coisa que Johnson tem certeza, é que a empresa está no rumo certo. “O trabalho que estamos fazendo agora é plantar a semente para que possamos colher os benefícios como empresa e comunidade”, diz ele. “Percorremos um longo caminho em um período de tempo relativamente curto. Mas o que posso dizer sobre para onde estamos indo é: ‘Fiquem atentos’.”
Metodologia
Para elaborar a lista, a Statista entrevistou 50 mil norte-americanos que trabalhavam para empresas com pelo menos mil funcionários. Todos os entrevistados foram anônimos, permitindo que os participantes compartilhassem abertamente suas opiniões. Os entrevistados foram solicitados, em primeiro lugar, a classificar suas organizações de acordo com critérios como idade, gênero, etnia, deficiência e igualdade de orientação sexual, bem como a diversidade em geral. Essas respostas foram revisadas para corrigir possíveis lacunas de diversidade. Assim, se os trabalhadores de grupos minoritários, por exemplo, classificaram uma determinada organização como detentora de pouca diversidade ao mesmo tempo em que os grupos não pertencentes a minorias a avaliaram como muita diversidade, a Statista levou isso em consideração para ajustar a pontuação da empresa. A Statista também pediu aos entrevistados dos grupos minoritários que indicassem outras organizações além das suas. A lista final classifica os 500 empregadores que não apenas receberam a maioria das recomendações, mas também que possuem os mais diversos conselhos e níveis executivos e as iniciativas de inclusão e diversidade mais pró-ativas.