Empresas precisam buscar as startups, aponta a investidora Kika Ricciardi

17 de dezembro de 2019
iStock

Diferentes setores de uma companhia precisam se reinventar para atingir novos públicos e melhorar internamente

Em 2017, após 30 anos de atuação no mercado financeiro corporativo, a investidora anjo, conselheira e mentora de negócios Kika Ricciardi se deparou com o universo do empreendedorismo. “Conheci o estouro da bolha e o delicioso desconforto de não saber o futuro”, relembrou a empreendedora durante o palco FORBES Mulher, que aconteceu durante o evento de inovação e tecnologia São Paulo Tech Week.

Depois de uma viagem para Israel, Kika voltou ao Brasil conhecendo mais sobre o mundo empreendedor e com sua primeira startup investida no portfólio. “Queria usar os 30 anos de mercado corporativo e associá-lo a toda essa emergência de tecnologia, mudanças sociais e comportamentais trazidas pelo novo consumidor, que se engaja e quer uma experiência diferente pela conectividade”, disse.

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Kika acredita e defende que o mercado e a sociedade estão em constante mudança. “A trajetória, por mais bem-sucedida que tenha sido até hoje, não garante em nada seu futuro, por que tudo muda. O cliente, o mercado de trabalho, forma de agilidade operacional interna até o comportamento de quem vai tomar a decisão de consumo”, disse.

Falando sobre o que chama a atenção dos investidores em novos negócios, a mentora reforçou que os fundadores têm papel fundamental. “Neles que você vai sentir o brilho no olho e os valores acima de tudo, como um alicerce que norteará na condução do negócio”, explicou Kika.

Disse também que o líder é quem terá resiliência, colaboração, respeito e capacidade de motivar e inspirar os parceiros. “A paixão do fundador tem de ser não pela solução e pelo negócio que está construindo, mas pela dor ou necessidade do cliente que ele quer atingir”.

Quanto à participação feminina no mundo do investimento, Kika afirmou que “seja por valores históricos ou socioculturais, a mulher ainda não é protagonista na gestão de seus próprios recursos”. “Investidoras sempre buscam uma mulher como fundadora ou participante. Porque a gente que é mulher conhece exatamente quais são os atributos e competências socioemocionais”, contou Kika.

A conselheira destacou que o tempo médio de vida das empresas vem diminuindo. Hoje, elas duram em média 18 anos. “A velocidade e a intensidade das transformações aumentaram tremendamente. Todas as conectividades e tecnologias estão fazendo as empresas estarem em constante inovação”, contextualizou.

É por isso que cada vez mais grandes companhias procuram startups de diversos segmentos para se reinventar. “A conscientização das empresas de que é necessária essa aproximação com empreendimentos é muito recente. Metade das companhias faz isso entre um e cinco anos”, reforçou Kika.

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“É algo difícil de fazer porque isso não é responsabilidade de uma área dentro da empresa. É transversal. Envolve pessoas, tecnologia, modo de operação, forma de decisão, a área de remuneração”, afirmou a empreendedora, citando a criação de incubadoras próprias, aceleradoras, hubs de inovação e movimentos de fusão e aquisição das empresas.

No mercado corporativo atual, “as fronteiras não são pré estabelecidas em diferentes setores. Todo mundo que chega perto do consumidor está colhendo dados de comportamento e usa aquilo para um desenvolvimento de um novo negócio de movimento estratégico”, apontou a investidora. Diferentes setores precisam “começar a fazer um mínimo exercício que seja na sua própria área”, sugeriu.

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