Acomodação segue e Ibovespa cai

8 de janeiro de 2020
ReutersConnect/Amanda Perobelli

Petrobras e bancos também foram responsáveis pela nova baixa da bolsa paulista

O principal índice da bolsa paulista fechou em queda pela quarta sessão seguida hoje (8), em uma sessão sem tendência definida, marcada pelo arrefecimento das tensões geopolíticas envolvendo EUA e Irã, mas com os papéis da Petrobras e de bancos novamente entre as maiores pressões de baixa.

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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,36%, a 116.247,03 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,3 bilhões.

No melhor momento da sessão, o Ibovespa chegou a recuperar o patamar dos 117 mil pontos, em alta de 0,58%, mas perdeu força com a ampliação das perdas dos papéis da petrolífera de controle estatal, que respondem por mais de 10% da composição do índice.

O contrato de petróleo Brent fechou a US$ 65,44, queda de 4,15%, após disparar mais cedo, na esteira de ataques do Irã a instalações militares norte-americanas no Iraque após ação dos Estados Unidos matar um comandante iraniano.

A mudança no sinal ocorreu com acenos mais apaziguadores de autoridades de Washington e Teerã e a queda acelerou após o presidente Donald Trump afirmar que os ataques do Irã não deixaram vítimas e que não quer mais usar a força.

Em Wall Street, os principais índices acionários também ampliaram a alta, com o S&P 500 fechando com elevação de 0,49%. Números sobre o mercado de trabalho privado dos EUA também repercutiram, assim como notícias corporativas.

Apesar de o Ibovespa ter engatando a quarta queda consecutiva, agentes de mercado têm citado que a volatilidade recente tem sido uma oportunidade de realização de ganhos, que eles veem como sadia e que abre pontos de compra das ações. Em 2019, a alta do Ibovespa superou 30%.

“A bolsa teve um rali impressionante em dezembro (quando o Ibovespa subiu quase 7%), é natural que experimente um momento de acomodação nos preços”, destacou o gestor Ricardo Campos, sócio-fundador da Reach Capital.

Entre analistas e gestores, de modo geral, continua a percepção de que o mercado acionário brasileiro permanece com bons fundamentos, em meio a perspectivas de recuperação da economia brasileira e de taxas de juros ainda baixas.

De acordo com o gestor Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos, o começo do ano é sempre marcado por expectativa de fluxos e construção de portfólios e ele vê o movimento recente como uma realização de lucros. “Por enquanto, nada que chame muita atenção”, avaliou.

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Ele também citou as ofertas públicas previstas para o curto prazo, entre elas a de ações da Petrobras detidas pelo BNDES. “Isso pode estar gerando uma venda nas ações para fazer caixa para as ofertas.”

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