8 maneiras de aumentar a participação feminina nos conselhos corporativos
Joan Michelson
3 de novembro de 2020
Thomas Barwick/Getty Images
Dados comprovam que ter mulheres nos conselhos das empresas impulsiona a performance de todas as métricas
Quando Jocelyn Mangan assumiu como nova integrante do conselho da Papa John’s International, levando seus 20 anos de experiência como executiva de alta tecnologia à terceira maior cadeia de restaurantes dos Estados Unidos, passou a fazer parte de um grupo muito seleto. Segundo a Bizwomen.com, apenas 20% das 3 mil principais empresas de capital aberto têm figuras femininas em seus boards – o conselho do Papa John é uma exceção com 40% de mulheres.
Além disso, há dados que comprovam que ter mulheres nos conselhos das empresas impulsiona a performance de todas as métricas, incluindo desempenho financeiro e segurança. Mas o desafio persiste – e é particularmente urgente nos dias de hoje.
À medida que continuamos enfrentando a pandemia do novo coronavírus, ter mulheres no board pode ser, literalmente, uma questão de vida ou morte, como revelou um estudo recente com 4.271 produtos médicos (como vacinas, tratamentos e stents) em 94 empresas. A pesquisa apontou que as empresas de produtos médicos que possuíam menos de duas mulheres no conselho poderiam manter no mercado um produto que foi determinado pelo FDA (o equivalente à Anvisa nos Estados Unidos) como potencialmente fatal por 28 dias. Para ter uma ideia, de 23 de setembro a 22 de outubro, 20.310 norte-americanos morreram de Covid-19, segundo dados coletados de fontes locais e estaduais pelo “The New York Times”.
Em 2018, houve duas contratações determinantes para a maior participação das mulheres nos conselhos das empresas. Uma delas foi da BlackRock, empresa de gestão de ativos financeiros, que convocou pelo menos duas delas para os boards das empresas em que investe.
O outro avanço nessa temática foi a aprovação, no estado da Califórnia, da lei SB-826, que exige que as empresas de capital aberto com sede no estado tenham, pelo menos, uma mulher em seus conselhos sob pena de serem multadas em US$ 100 mil. A lei declara que “mais mulheres nos conselhos podem impulsionar a economia da Califórnia, melhorar as oportunidades para profissionais femininas no local de trabalho e proteger os contribuintes, acionistas e aposentados”. A lei ainda citou vários estudos para apoiar a determinação.
Impedimentos
Para descobrir qual era o impasse em trazer mulheres para os conselhos, Jocelyn entrevistou cerca de 90 homens sobre como os boards encontram novos membros. O que ela descobriu é que não era um “problema de pipeline, mas sim um gap na rede”. Para fazer algo sobre essa lacuna, ela fundou a organização sem fins lucrativos Him For Her para promover relacionamentos entre conselhos e mulheres prontas para assumir posições neles.
Veja, na galeria a seguir, oito maneiras de ajudar as mulheres a se posicionarem para assumir uma vaga nos conselhos de administração das empresas: