Por que o processo é tão importante quanto o resultado

A Governança Familiar é o sistema pela qual a família empresária se relaciona com seus negócios e seu legado.

Existe uma série de definições e alinhamentos que devem ser construídos quando se estabelece uma Governança Familiar. É importante identificar os valores, o propósito, a missão e os princípios dessa família. Definir os acordos, regras e papéis que serão norteadores para as atuais e futuras gerações.

Todo esse caminho costuma demandar muita energia e comprometimento dos envolvidos.

Uma postura que normalmente está presente é a pressa em entregar aos membros da família os fundamentos da Governança. Por conta disso, alguns familiares preferem avançar por meio de discussões em pequenos grupos –às vezes da mesma geração, por considerarem um caminho mais fácil para chegar a um alinhamento. Mas não se engane, não existe atalho.

Toda vez que uma família me apresenta um protocolo familiar ou seu conjunto de valores, eu a questiono sobre quem participou da construção deste documento.

O engajamento é fundamental. Para ter uma conversa que possa representar uma família todos precisam se sentir contemplados: gerações, homens e mulheres; diversidade de visões, opiniões.

E, nesse contexto, o tempo é relativo.

Mais vale um processo com etapas de envolvimento, grupos de trabalho e alinhamentos de visão do que um papel muito bem escrito que não carrega um significado para todos os membros da família e não serve como um norte para todos.

Flávia Camanho Camparini é consultora em governança familiar e estratégia de desenvolvimento humano, fundadora do Flux Institute e partner facilitator dos programas do Cambridge Family Enterprise Group e do IBGC.

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