A economia do Brasil registrou crescimento no primeiro trimestre de 2021 e retornou ao patamar pré-pandemia, dando sequência à recuperação dos danos causados pela pandemia de Covid-19, embora o ritmo tenha perdido força.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,2% entre janeiro e março, terceiro trimestre seguido de ganhos, mas bem abaixo da alta de 3,2% no quarto trimestre de 2020.
Ainda assim, o resultado foi suficiente para levar o PIB de volta ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia.
O dado informado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) hoje (01) ainda ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 1,0% no período, depois de expansão de 3,2% no quarto trimestre de 2020.
Em relação ao primeiro trimestre de 2020, o PIB registrou aumento de 1,0%, ante expectativa de alta de 0,8% nessa base de comparação.
O ano de 2021 começou cheio de incertezas, envolvendo desde nova rodada de pagamento de auxílio emergencial à lentidão na vacinação contra o coronavírus.
A situação sanitária no Brasil se agravou no final de fevereiro e, em seguida, o Brasil se tornou o epicentro global da pandemia de Covid-19, chegando a ultrapassar 4 mil mortes em 24 horas.
A crise, com sistemas de saúde muito sobrecarregados, levou várias localidades a intensificarem as medidas de isolamento, voltando a fechar comércios não essenciais e restringindo ainda mais a mobilidade.
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Mas a economia ainda assim respondeu bem à situação, com resultados positivos generalizados do lado da produção.
“Mesmo com a segunda onda da pandemia de Covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país”, explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
AGRO
O destaque foi a Agropecuária, com expansão de 5,7% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores diante da melhora na produtividade e no desempenho de alguns produtos, sobretudo, a soja. Foi a taxa trimestral de crescimento mais elevada desde o primeiro trimestre de 2017 (+12,2%).
Enquanto isso, a Indústria cresceu 0,7% impulsionada pela alta de 3,2% das indústrias extrativas. O único resultado no vermelho foi a queda de 0,5% das indústrias de transformação.
“Todos os subsetores da indústria cresceram, menos a indústria de transformação, que tem o maior peso, impactada pela indústria alimentícia, que afetou o consumo das famílias”, disse Palis.
Os Serviços, que contribuem com 73% do PIB, apresentaram alta de 0,4% no período.
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Já do lado das despesas, a Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, saltou 4,6% em relação ao quarto trimestre, influenciados, de acordo com o IBGE, pelo aumento na produção interna de bens de capital e no desenvolvimento de softwares, alta na construção e os impactos do Repetro, regime aduaneiro especial que permite ao setor de petróleo e gás adquirir bens de capital sem pagar tributos federais.
Taxas negativas foram registradas entre as despesas — de 0,1% nas das famílias e de 0,8% nas do governo.
“O aumento da inflação pesou, principalmente, no consumo de alimentos ao longo desse período. O mercado de trabalho desaquecido também”, explicou Palis, destacando ainda a redução no pagamento do auxílio emergencial pelo governo.
Em relação ao setor externo, as Exportações de Bens e Serviços aumentaram 3,7%, enquanto as importações cresceram 11,6%. (Com Reuters)
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