A rede de startups do Cubo, que compreende um grupo de quase 500 empresas de alto crescimento atuantes em diversos segmentos, como a fintech ContaAzul, a HRtech Kenoby e a healthtech Vittude, faturou R$ 4 bilhões e gerou mais de 3.000 empregos em 2020. Na outra ponta, grandes empresas compram os serviços destas startups e 25 delas ocupam o espaço como mantenedoras, como a Dasa, B3, Cogna e Grupo Pão de Açúcar (GPA), além da consultoria Everis, que anunciou sua parceria com o hub no mês passado.
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“Queremos que os negócios da nossa comunidade gerem contratos e faturamento e esse é o meu norte como head de startups: possibilitar as conexões e negócios para que estas empresas tenham a possibilidade real de crescer, serem adquiridas ou virarem unicórnios“, diz a economista, cujo histórico no mundo de inovação a dotaram de um olhar para o tema a partir de diversos prismas, o que contribui para a missão a que se propõe no Cubo.
“Fiz muitas coisas no ecossistema nos últimos anos, que incluíram educação empreendedora, maratonas de empreendedorismo, acelerações variadas, e [essas experiências] e me juntar ao Cubo fez muito sentido por conta dessa trajetória”, conta.
Além de seu papel no Cubo, Amanda atua em várias outras frentes do ecossistema, e entre suas diversas atividades, é professora na escola de negócios para a nova economia Conquer e membro do conselho do hub de investimento voltado a empreendimentos liderados por mulheres Wishe Women Capital.
PRIORIDADES
Logo após ter começado na função de head de startups em dezembro de 2020, uma das primeiras iniciativas que Amanda conduziu foi o Selo Cubo, que o hub realiza no primeiro trimestre. “Esta é uma ação muito importante, pois é uma chancela do hub para as startups da comunidade”, explica. “Também é um momento em que nos aprofundamos nestes negócios para contribuir para o desenvolvimento deles, e entender se, por exemplo, estas empresas pivotaram, e, neste ano, como a pandemia as impactou.”
Ao longo de uma semana, o evento atraiu 1.000 executivos de quase 400 corporações e registrou mais de 500 negócios iniciados entre estas empresas e as mais de 160 startups Cubo participantes. O projeto foi precedido por um piloto com 20 startups no início do ano, e a conclusão de que o mesmo modelo poderia ser utilizado em uma escala bem maior.
“Conseguimos trazer para a programação do evento temas em voga como transformação digital, produtividade e cibersegurança, bem como as nossas startups que atuam nestas áreas”, diz. “Sabemos que dá para fazer um milhão de coisas, mas meu foco é fazer o que entrega valor; e esta abordagem de apresentar o negócio, falar de inovação aberta e depois ter reuniões é um foco do Cubo, de conexão e geração de negócios.”
Além de rotinas como desafios de startups, em verticais como saúde e educação, outras áreas de foco do Cubo incluem o tratamento das dores de crescimento destas empresas, segundo Amanda. “Nosso objetivo é atuar de forma muito certeira nestas dores coletivas; temos feito isso desde o começo do ano, em áreas como vendas B2B e logo vimos o impacto nos clientes destas startups e também no faturamento delas”, ressalta.
“Dados são muito importantes para, aos poucos, criarmos uma fotografia do todo, e vermos como nosso trabalho consegue influenciar [o desenvolvimento das startups]. A história que queremos contar no final é como o que fazemos impacta a jornada de quem está empreendendo, e os projetos saem sempre com este objetivo”, pontua.
DIVERSIDADE
Ampliar a diversidade do ecossistema de inovação nacional e regional também está no radar das atividades da economista. No ano passado, o Cubo Itaú uniu-se ao BID Lab, laboratório de Inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento e mantenedor do hub, para promover o BID ao Cubo. O programa de imersão de treinamento e aceleração de startups com foco nas regiões Norte e Nordeste, realiza a sua segunda edição este ano.
O projeto do BID também tem uma versão com foco na América Latina e no Caribe, alinhada ao objetivo do hub de ampliar seu escopo de atuação na região, em particular em verticais como saúde, educação e varejo. “Estamos olhando para projetos de impacto, e para as dores que eles tentam resolver”, afirma.
“Temos inscrições de startups da América Latina inteira querendo conhecer e entender melhor como é o ecossistema do Brasil. Essas trocas são importantes, pois o Brasil não conhece tanto a América Latina e vice-versa: há um gap cultural gigante, apesar de estarmos no mesmo continente”, aponta Amanda.
Uma das principais aspirações de Amanda é ter cada vez mais grupos minoritários representados no ecossistema de inovação brasileiro. “[Pensamos em] como criar um projeto em que mulheres e pessoas negras entendam que também é direcionado para elas”, diz Amanda, acrescentando que a presença de vivências diversas nos grupos do projeto também facilita a absorção do conteúdo. “A lente da vivência e da experiência faz toda a diferença”. ressalta.
Outro ponto fundamental para a head de startups no trabalho do Cubo com o BID é ver o surgimento de outras Amandas, ou seja, outras mulheres e pessoas negras assumindo protagonismo no ambiente de inovação nacional.. “Teremos mais caras do Brasil sendo representadas e isso impacta todo o ecossistema, com soluções que façam sentido para todo mundo”, afirma.
TENDÊNCIAS
“Considerando o cenário de pandemia, em que muitos negócios tradicionais não conseguiram migrar para o digital, vejo que o conhecimento não está democratizado. Essas pessoas poderiam estar empreendendo, com seu próprio e-commerce, mas não tinham acesso a esse tipo de conhecimento”, argumenta Amanda, acrescentando que é importante que mais pessoas compreendam o que é a tecnologia, a inovação, seus processos e consequências.
Em relação ao estado atual do ecossistema brasileiro de startups, Amanda percebe um aumento dos investimentos estrangeiros no país, além de uma crescente de negócios e startups se provando cada vez mais rentáveis no longo prazo. “Temos mais fundos ao redor do mundo olhando para o Brasil e colocando dinheiro aqui. Isso significa que o país tem amadurecido seu ecossistema, cada vez mais”, afirma.
A tendência de aumento em investimentos é para o país como um todo, e não apenas na região Sudeste, diz Amanda, que também observa a emergência de mais startups, negócios e soluções, assim como uma maior geração de empregos e riqueza por estas empresas.
Para o próximo ano, Amanda espera que o BID ao Cubo alcance suas metas de diversidade, e que o ecossistema como um todo avance a favor da inclusão. “Também quero perceber essa crescente evolução do impacto do meu trabalho, no time, com o crescimento das startups e dos negócios que fazem parte do Cubo”, acrescenta.
A especialista em inovação também espera repetir e superar o faturamento gerado pelas startups do Cubo em 2020, contribuir positivamente para fomentar o impacto das empresas no ecossistema e ver uma maior democratização de oportunidades de investimento online em startups e empresas em expansão. “Quero continuar contando a história desse ciclo virtuoso”, finaliza.
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