Francisco Turra, que preside o conselho consultivo da entidade, disse hoje (23) à Reuters na que a demanda das empresas de carne está levando a um aumento nas intenções de plantio de trigo no Rio Grande do Sul.
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Citando dados da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), Turra disse que a área a ser plantada com trigo e outras culturas de inverno em 2021, a partir do próximo mês, pode crescer de 1 milhão de hectares para 1,4 milhão de hectares no estado.
“A JBS e a BRF já anunciaram que vão comprar safras de inverno como trigo, triticale e cevada para usar como ração”, disse Turra. Ele afirmou que essas empresa já fizeram negócios para entrega futura.
A JBS e BRF não responderam a pedidos de comentários.
Os altos preços e os atrasos na segunda safra de milho do Brasil têm pressionado as margens dos frigoríficos, levando algumas empresas a buscar suprimentos no Paraguai e na Argentina enquanto a oferta está restrita no Brasil.
Esta semana, o governo suspendeu temporariamente tarifas de importação de soja e milho de países fora do Mercosul, o que significa que o Brasil também poderia importar milho de nações como EUA e Ucrânia.
No entanto, com a “paridade de importação” acima de US$ 30 por tonelada, comprar milho de fora do Mercosul ainda não faz sentido economicamente, disse um trader.
Além de ser uma alternativa para frigoríficos nacionais, o trigo na ração poderia ainda alavancar o potencial produtivo das lavouras no Rio Grande do Sul, que produz apenas 1,09 safra de grãos por ano, enquanto alguns Estados brasileiros produzem três.
Segundo dados da Farsul, a área plantada com culturas de verão no Rio Grande do Sul monta a 6,6 milhões de hectares, cerca de seis vezes maior que a área destinada às culturas de inverno. (Com Reuters)
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