Esse cenário afeta fortemente a saúde mental. Não é preciso dizer que quem está envolvido diretamente nesses combates sofre de exaustão, devastação, fadiga, ansiedade, pânico, estresse pós-traumático, desesperança, depressão.
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O que temos visto em nossos consultórios, entretanto, são sintomas parecidos aos de quem vive em uma zona de guerra: pessoas não envolvidas diretamente nesses confrontos ansiosas, com problemas de sono, desesperadas, estressadas, apresentando baixa produtividade e rendimento nas tarefas a cumprir, sejam elas em casa, sejam no ambiente corporativo.
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Acesso à informação de qualidade é essencial para que consigamos navegar neste mundo cada vez mais complexo.
No entanto, a quantidade de tempo que se gasta em busca de informações – via de regra, devastadoras – tem grande impacto na saúde mental, podendo provocar medo avassalador, mesmo naqueles distantes dos combates.
Vivemos em um mundo gráfico, em que o celular se tornou a ferramenta número 1 para registrar graficamente tudo aquilo que nos acontece ou que acontece aos que nos rodeiam. As guerras, hoje, também acontecem nas redes sociais, numa batalha que parece ser quem registra a imagem mais devastadora ou quem viraliza com notícia verdadeira ou com desinformação.
Quanto mais tempo passarmos grudados na tela e quanto mais buscarmos material gráfico sobre esses conflitos, mais afetada a nossa saúde mental ficará. Cada um tem um estilo próprio de usar as redes sociais, mas procure reduzir um pouco o quanto você consome de informação sobre as guerras internacionais e urbanas.
Uma sugestão é não levar o celular para a mesa, quando faz alguma das suas refeições, nem para o quarto, antes de deitar na cama. A tentação de dar uma olhadinha antes de dormir, de fato, é grande, mas pode atrapalhar o seu sono.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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