PANK é um novo acrônimo usado para descrever um mercado de mulheres que, até agora, foi esquecido. A sigla é a abreviação de “Professional, Aunt, No Kids” (“Profissional, tia, sem filhos”, em tradução livre), um termo criado por Melanie Notkin, fundadora da SavvyAuntie.com, uma comunidade que reúne tias, avós e mulheres que amam crianças – mas que não tem filhos. As PANKs são digital influencers que têm um enorme papel financeiro na vida dos filhos de outras pessoas, são ativas nas redes sociais e influenciam as decisões de compras daqueles que estão ao seu redor.
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Mas porque as PANKs estão atraindo atenção? O principal fato é que o crescimento desse grupo é importante porque nós vivemos em um mundo que é obcecado com o momento em que uma mulher se torna mãe. Não importa o quanto ela já atingiu e alcançou na sua carreira – ser mãe, na nossa cultura, ainda é a melhor coisa que uma mulher pode fazer com a sua vida. Foi criado um padrão social em que elas, mesmo as mais bem-sucedidas, como Jennifer Aniston, devem ser mal vistas porque não quiseram abraçar a maternidade.
O crescimento desse grupo é importante porque vivemos em um mundo que é obcecado com o momento em que uma mulher se torna mãeO termo é um sinal de que uma mudança pode estar começando a acontecer na nossa sociedade. As mulheres que decidem se dedicar à carreira já não são rotuladas de “solteironas sem filhos”. Em vez disso, agora temos uma expressão que celebra esse status e que reconhece que mulheres que optam por esse estilo de vida têm um importante papel, uma grande influência e muito poder de compra.
PANKs, startups e empreendedorismo no Sudeste Asiático
Durantes os últimos anos, houve um grande aumento no número de mulheres que gerenciam startups. Atualmente, há muitas histórias bem-sucedidas de empreendedoras do Sudeste Asiático que fizeram coisas incríveis e quebraram muitas barreiras de gênero no mundo dos negócios.
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Mas como essa nova demografia está influenciando as mulheres do Sudeste Asiático, e como isso vai afetar a nossa cultura de startups? Um estudo de 2015 feito pelo Global Entrepreneurship Monitor revelou que essa região tornou-se um dos locais mais empreendedores do mundo, mas essa condição só será consolidada nas próximas décadas.
Pessoas abaixo dos 30 anos estão sendo, em todo o mundo, encorajadas a seguir seu sonho empreendedor. No Sudeste Asiático esse movimento é ainda maior, o que pode resultar em uma explosão demográfica das PANKs.
A influência dos PANKs no empreendedorismo feminino
Como as mulheres estão investindo mais tempo em construir seu próprio negócio, elas, consequentemente, terão menos tempo para responder às pressões sociais de terem filhos antes dos 30 anos. Mas, ao mesmo tempo que existe essa pressão no Sudeste Asiático, existe um subconjunto cultural que afirma que aos 30 anos elas precisam se estabelecer – antes que o relógio biológico imploda. Ou seja, quem quiser ser mãe após esse período, vai precisar investir um certo tempo para achar um parceiro que aceite a situação. E o tempo é a coisa mais preciosa que se tem quando o assunto é o lançamento de uma startup. E é aí que as PANKs apresentam uma estilo de vida alternativo na comparação com as mulheres da região que são profissionais de negócios e empreendedoras.
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Para muitos empreendedores, sua startup é seu filho. E como o tempo é o bem mais importante para o sucesso desse tipo de empresa, as PANKs representam uma ótima alternativa de estilo de vida para as mulheres do Sudeste Asiático que não estão prontas para lidar com as responsabilidades da maternidade junto com as responsabilidades do mundo dos negócios.
Apesar disso, também é muito positivo e absolutamente possível que mulheres gerenciem uma startup enquanto criam seus filhos. Entretanto, esse excesso de responsabilidade pode causar um desgaste físico e emocional muito grande. A cultura de startups engloba muitos aprendizados, a necessidade de fazer muitas mudanças, baixo custo de vida e muitas horas de trabalho. E com a responsabilidade que a maternidade representa, esse caminho pode se tornar muito mais complicado. A mulher que fizer tudo isso merece reconhecimento por encarar, ao mesmo tempo, as duas coisas mais desafiadoras na vida: começar um negócio e se tornar mãe.
“Nosso profundo mergulho nas redes sociais revelou comunidades vibrantes de mulheres que não são mães. Elas formam grupos – como as PANKs – que merecem a atenção do mercado”, afirma Leslie Gaines-Ross, chefe de estratégia de reputação da empresa de relações públicas Weber Shandwick.
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Mesmos que você não seja uma PANK, é interessante considerar como o seu negócio pode alcançar esse influente público. De acordo com pesquisas do Digital Women Influencers Study, o índice de PANKs em trabalhos de tempo integral é grande e elas têm duas vezes mais chances de estarem solteiras em relação às outras mulheres. Para o mercado, isso significa que essas profissionais têm maior disponibilidade e são mais atraentes também do ponto de vista financeiro, já que não exigem a cobertura de benefícios para seus dependentes.
Além disso, se o alvo da sua startup são as crianças ou os pais, esta é mais uma razão para começar a prestar atenção neste segmento. De acordo com o relatório, as PANKs têm grande influência nos dois públicos. Quase 68% delas relataram ser um modelo para as crianças com as quais têm convivência, enquanto 67% contaram que são procurados por amigos para aconselhamento sobre uma ampla gama de tópicos que envolvem decisões de compra.
Redefinição de carreiras
Como quase dois terços das PANKs afirmam que estão satisfeitas sem filhos, essa demografia está redefinindo a palavra “tia”, tirando sua conotação de pessoa antiga e desatualizada. Pelo contrário: as tias agora são mulheres com renda disponível que estão quebrando barreiras e mudando completamente o mundo dos negócios bem-sucedidos.
Elas estão dando origem à uma nova geração de criadoras e executivas de startups. Essas mulheres correm atrás de seus objetivos de carreira e estão quebrando os modelos e as regras. As PANKs estão cada vez mais desafiando o ecossistema atual no mundo dos negócios.