As fake news tornaram-se a expressão daquilo que o vice-presidente de engenharia do Google, Ben Gomes, chama de “informações descaradamente enganadoras, de baixa qualidade ou absolutamente falsas”. O conteúdo da web que entra nessas categorias contamina continuamente os resultados de busca, o feed de notícias e o posicionamento de anúncios. Nesta semana, o gigante da tecnologia anunciou mudanças em seu mecanismo de busca, agora projetado para combater a aparição das fake news nos resultados.
LEIA TAMBÉM: 3 lições cruciais de liderança na era das “fake news”
Essas alterações se baseiam em três pilares: ranqueamento das buscas, ferramentas de feedback e uma melhor transparência em relação ao funcionamento do sistema. O Google definiu duas novas abordagens para melhorar a classificação das buscas, de forma que os sites especializados em fake news tenham uma probabilidade bem menor de aparecer. A mais simples delas foi o ajuste de seus algoritmos para reduzir os veículos com conteúdos indesejáveis. E, como já era esperado, a companhia manteve silêncio sobre os ajustes feitos.
As fake news não vão desaparecer, mas a exposição indesejada a elas pode ser reduzidaA segunda abordagem que tem como objetivo melhorar o ranqueamento ganha forma a partir da atualização do Search Quality Rater Guidelines (algo como normas para avaliadores de buscas de qualidade), que ganha mais exemplos detalhados das páginas da web de baixa qualidade que o Google quer evitar. Uma das maneiras que a empresa tem para examinar a qualidade de sua busca é contar com a avaliação crítica dos resultados pelos usuários. O Search Quality Rater Guidelines instrui os avaliadores sobre como cuidar de seus negócios. Essas diretrizes são um recurso detalhado, abrangente e valioso para qualquer um que queira incrementar sua avaliação sobre as páginas encontradas na web.
Links diretos de feedback estão sendo adicionados às funções do Search’s Autocomplete (preenchimento automático da busca) e do Featured Snippet para possibilitar que usuários facilmente sinalizem conteúdos que considerarem duvidosos. A primeira completa automaticamente as opções de busca depois que o usuário digita os primeiros caracteres. A segunda trata-se daquela caixa que aparece como primeiro resultado da busca, no topo da página, antes de listar os demais opções de conteúdos relacionados à pesquisa.
Um link vai aparecer abaixo das caixas de conteúdo para direcionar o usuário para essas funções, por meio de pop ups que pemitirão sinalizar conteúdos indesejados. O usuário também terá chance de indicar o motivo que o levou a identificar o conteúdo como inapropriado. O Google planeja usar esse feedback para melhorar os algoritmos que alimentam o Autocomplete e o Featured Snippet.
A maneira para melhorar a transparência envolve a atualização das políticas de conteúdo para o Autocomplete no que diz respeito à pagina How Search Works (como a busca funciona). Essas políticas explicam os critérios que o Google usa para remover possíveis resultados. A página da web inclui um link pelo qual as pessoas podem reportar sugestões para ampliar critérios que aumentem o cerco às categorias proibidas.
VEJA MAIS: Google e Fundação Lemann investem em nova plataforma educacional
Os donos de sites poderão acessar a página How Search Works. Dessa forma, eles terão o conhecimento necessário para ter certeza de que suas páginas não vão infringir as políticas do site de de buscas.
As fake news não vão desaparecer até que as pessoas que as criam e espalham não cheguem à conclusão de que elas não geram mais o efeito desejado. O discurso triste, de ódio e ofensivo pode nunca desaparecer. Mas exposições indesejadas a conteúdos desse tipo podem ser reduzidas passo a passo, com iniciativas como essa do Google. O sucesso da empreitada da empresa vai depender da nossa disposição em oferecer o feedback que ela necessita.