Esta é a história de Jordi Artal, o filho canadense de imigrantes catalães que se tornou diretor de marketing de uma pontocom do Vale do Silício antes de retornar ao país de origem dos seus pais, onde aprendeu sozinho a cozinhar e abriu seu próprio restaurante.
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Verões na Catalunha
Todos os anos, até o final da adolescência, Artal passava um mês na Catalunha, visitando lugares como Barcelona, Reus, Lloret de Mar na Costa Brava e a vila de La Torre de l’Espanyol, de onde sua família era originária.
“Além da felicidade óbvia de estar livre dos pais por alguns meses, os verões na Catalunha significavam viajar de avião, falar um idioma diferente, brincar com meus primos, novos amigos, primeiros encontros (e primeiros beijos!). Noites quentes de verão, apenas absorvendo a vibração e o ambiente da Catalunha”, diz ele, acrescentando: “Não poderia ter sido mais diferente dos subúrbios de Toronto onde cresci e das escolas que frequentei, que tinham praticamente zero diversidade e eram muito vazias.”
Surfando na bolha das pontocom no Vale do Silício
“Cinco anos depois, eu era o diretor de marketing de uma empresa que havia levantado milhões em capital de risco durante o primeiro boom das pontocom no início dos anos 2000. Fomos o primeiro site de compartilhamento de fotos, já que câmeras digitais e smartphones estavam começando a se tornar populares”, diz Artal.
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“Quando a empresa foi vendida, eu estava exausto e sabia que era hora de ir embora. O destino em minha mente era claro: Barcelona, onde estava minha família”, afirma.
“Sem planos de cozinhar”
“Não havia absolutamente nenhum plano para cozinhar ou abrir um restaurante –isso veio depois”, acrescenta.
No Vale do Silício, Artal e sua irmã tinham começado a oferecer seus próprios jantares.
Menus-degustação no Vale do Silício
“Os convidados chegavam esperando um prato de massa ou um bife grelhado, mas servíamos um menu-degustação de seis pratos completo –antes mesmo de os menus-degustação virarem moda”, ele diz.
“Eu quase não comia esses pratos, e tinha o maior prazer de observar os meus amigos. As noites invariavelmente terminavam com alguém comentando como tudo estava bom e que nós ‘deveríamos abrir um restaurante’, mas, com nossas carreiras bem pagas no Vale do Silício e estilos de vida agitados, apenas ríamos disso”, ele continua.
No entanto, os comentários continuaram a ecoar na mente de Artal e, quando sua tia abriu uma sorveteria na Costa Brava durante seu ano sabático, seguindo os passos de sua mãe, que também tinha um pequeno negócio em Lloret de Mar, ele diz que acabou pensando “Por que não?”
Cinc Sentits ou cinco sentidos
“Foi completamente inesperado” ele exclama. “Nunca tínhamos falado com a Michelin, nem pedimos que nos avaliassem. Receber uma estrela não era algo que eu realmente tivesse pensado, já que não tinha nenhum treinamento profissional e nenhuma experiência anterior em restaurantes.”
Desde então, o Cinc Sentits só cresceu. Em 2018, o restaurante se mudou para um novo espaço e manteve a sua estrela Michelin no ano seguinte.
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Olhando em retrospecto, Artal diz que nunca poderia ter imaginado onde estaria nesta fase de sua vida.
“Quando criança, nunca imaginei que deixaria o Canadá, muito menos que me mudaria para o Vale do Silício e acabaria em Barcelona”, diz ele. “Se você me abordasse enquanto eu estava na Califórnia e dissesse que em quatro anos eu seria um chef com estrela Michelin, eu teria rido do puro ridículo da ideia.”
Artal é rápido em apontar que não se arrepende de nenhuma de suas escolhas.
“Quando tomamos decisões importantes na vida, as fazemos usando as melhores informações disponíveis. Não poderíamos ter tomado uma decisão diferente, porque, na época, era a melhor opção. Cada momento que vivemos e cada decisão que tomamos nos leva adiante em nossas aventuras de vida”, enfatiza.
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Como alguém que recriou a si mesmo e sua carreira aos 30 anos, que conselho Jordi Artal daria a outras pessoas que buscam inspiração profissional?
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