Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o suicídio é uma das principais causas de morte no mundo. Morrem mais pessoas como resultado de suicídio do que de Aids, câncer de mama ou malária. Os números da OMS apontam que 1 em cada 100 mortes se deve à auto eliminação.
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A verdade é que abordar o tema com alguém que está desesperançado pode abrir caminho para que a pessoa que está sofrendo discuta e coloque para fora os seus sentimentos, geralmente de desalento em relação à vida.
Nós, médicos, quando nos deparamos com alguém que dá algum indício de querer tirar a própria vida, temos de olhar para esse paciente de forma respeitosa, amorosa, mas muito atentos para procurar entender qual é o sofrimento que ele guarda dentro dele. Como podemos ajudar aquela pessoa que está passando por um momento muito particular e íntimo, mas de grande angústia?
Procure pegar na mão daquele seu conhecido, sentar-se ao lado dele ou dela, encostando ombro com ombro para mostrar o quanto você gosta dele. Você pode falar algo assim: “Eu estou preocupado com você. Eu não sei exatamente o que você tem. Eu não sou médico, mas eu gostaria que você procurasse um médico, pois vejo que não está bem. Eu estou fazendo com você o que eu sei que você faria comigo se eu estivesse no seu lugar. Posso marcar um médico para você? Posso ir junto? Vamos conversar com um médico agora?”
Essa proximidade, essa humanidade, esse afeto ajudam muito quem está em um quadro de sofrimento. Iniciar uma conversa como essa pode, sim, contribuir para que quem sofre veja formas alternativas de sair dessa situação e saiba que pode encontrar auxílio junto a um profissional de saúde.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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