Como as mulheres podem trabalhar melhor com os homens sem ter que se contorcer para ser como um deles? A postura chamada masculinizada funcionou bem em um momento em que as mulheres precisavam provar que eram tão competentes e capazes quanto os homens porque estavam entrando em um mundo feito por e para eles.
Essa ideia ficou para trás e muitas delas se encontram em um beco sem saída. Ainda sentem que não estão vivendo de acordo com seus pontos fortes e valores. Ou sentem que estão andando na linha tênue entre ser competente e ser querida, algo que muitas vezes se espera das mulheres, perdendo dos dois lados. As pessoas nem sempre gostam de mulheres competentes, e mulheres simpáticas são consideradas “boazinhas demais” para cargos de liderança.
Esses desafios são baseados em preconceitos culturais que estão profundamente enraizados. “Manterrupting”, quando os homens interrompem as mulheres, “mansplaining”, quando tentam explicar algo a uma mulher sem considerar que ela talvez já saiba, e “hepeating”, quando a ideia de uma mulher é ignorada, e um homem repete a mesma coisa e todo mundo adora, são apenas algumas das maneiras pelas quais esses preconceitos se manifestam.
É mais fácil lidar com esses comportamentos quando eles acontecem em nossas vidas pessoais, onde o campo de jogo tende a ser mais equilibrado e as interrupções geralmente não são mal intencionadas. No trabalho, porém, não é possível desabafar ou pedir o crédito por suas ideias sem parecer mesquinha.
Então, como as mulheres competentes e ambiciosas podem desenvolver todo o seu potencial, lidar com as frustrações e mudar o jogo? O que elas podem fazer para mudar as regras de uma situação em que os homens têm poder e as mulheres os apoiam para um ambiente em que todos colaboram e trazem à tona o melhor para o time?
Aqui estão 3 coisas que as mulheres podem fazer que estão sob seu controle:
Seja a adulta da sala
Uma vez li que o comportamento é sempre um reflexo da idade ou do estágio de desenvolvimento. E Robert Kegan, que estuda o desenvolvimento humano adulto na Universidade de Harvard, descobriu que a maioria das pessoas está presa em um estágio inicial de desenvolvimento marcado por arrogância e orgulho. Os comportamentos dos colegas homens que frustram as mulheres são geralmente um reflexo desse desenvolvimento adulto atrofiado.
Com esse entendimento, é mais fácil ser a adulta, e talvez ainda mais fácil se você for mãe. Quando você vê seu colega de trabalho agindo como uma criança que está fazendo algo errado, buscando atenção ou te interrompendo no meio da conversa, você instintivamente saberá como manter a calma, discernir o que a situação exige e responder de forma assertiva quando for preciso. Você não pode fazer nada diferente do que já está fazendo. Mas você fará isso de um lugar de poder.
Cuide de suas próprias necessidades
Essa é uma das áreas que as mulheres tendem a ignorar, porque cuidar de suas próprias necessidades geralmente fica abaixo na sua lista de prioridades. Mas aqui está a realidade que sustenta todo o desempenho: começa com você. Uma mãe não pode criar bem o seu filho se ela não cuidar de suas necessidades. Um adulto em um avião não pode cuidar de uma criança se não colocar sua própria máscara de oxigênio primeiro. E as mulheres no local de trabalho não podem enfrentar os desafios desse ambiente a menos que otimizem sua energia.
Isso significa não apenas cuidar de suas necessidades físicas, mas também ouvir suas necessidades emocionais, mentais e espirituais. Como você vai se manter positiva? O que você fará para se distanciar das emoções negativas? Como você estabelecerá limites? E como você atenderá às suas necessidades humanas de criatividade e expressão?
Faça alianças
Vivemos e trabalhamos no que tem sido descrito como um mundo VUCA – volátil, incerto, caótico e ambíguo. Já se foram os dias em que uma pessoa tinha todas as respostas e as outras simplesmente estavam lá para executá-las. O mundo que em parte herdamos e em parte criamos requer não uma Supermulher, mas todos trabalhando juntos, cada um em sua área, nos erguendo à medida que subimos.
É disso que se trata a aliança. Trata-se de ser inspiração para os outros, de ajudá-los a ver seu próprio brilho (o que é especialmente importante para as mulheres) e de abrir portas que as ajudem a fazer seu melhor trabalho. Portanto, encontre uma mulher (ou mais de uma) para ser uma aliada, certificando-se de incluir pelo menos um grupo minoritário. Isso pode exigir que você trabalhe com seus próprios preconceitos e crenças.
E encontre um aliado para você também, idealmente um homem. Homens conscientes sabem que quando as mulheres crescem, todo mundo também cresce. Deixe ele saber quais são suas ambições, esteja aberta aos seus feedbacks e deixe ele fazer parte de seu crescimento.