A especialista enxerga a contratação como uma via de mão dupla, na qual ambas as partes – a empresa e o profissional – devem estar envolvidas. “Se uma companhia não está pronta para acolher alguém LGBTQIA+ talvez aquele não seja mesmo o lugar para alguém da comunidade”, reflete. No que diz respeito à retenção de talentos, ela observa que ainda faltam iniciativas que apoiem o crescimento e desenvolvimento de carreira dessas pessoas e que contribuam para a construção de um espaço seguro.
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Formada em análise e desenvolvimento de sistemas pelo IFRN (Instituto Federal do Rio Grande do Norte), Suzyanne iniciou sua carreira como engenheira de software em Natal (RN), onde nasceu. Passou pelas empresas Active Software, Codeminer42 e Idra e, em 2017, mudou-se para São Paulo, onde assumiu como tech program manager na ThoughtWorks e, posteriormente, como head of agile transformation no Banco BV. “Resolvi apostar em empresas com desafios complexos e de maior escala, com o objetivo de amadurecer ainda mais a carreira que estava construindo.”
No entanto, chegar ao topo não foi um caminho fácil. O primeiro grande desafio veio na época da graduação. “Minha família não tinha condições financeiras para viabilizar um curso preparatório ou uma faculdade particular como segunda opção”, conta. Ela, então, estudou por conta própria, de olho nas universidades públicas, e, além do curso de análise e desenvolvimento de sistemas na IFRN, também fez mestrado em gestão & inovação pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
Suzyanne também considera a disparidade de gênero no ecossistema como um dos principais obstáculos durante sua trajetória profissional. “Passei por situações semelhantes às que muitas outras mulheres relatam: preconceito, assédio, isolamento e piadas”, conta.
Hoje, como diretora na Creditas, unicórnio brasileiro de serviços financeiros e crédito com garantia, ela atua em três principais frentes: portfólio, program management e agility. “Meu trabalho é levar a empresa para um caminho de inovação. Pensamos formas de entregar algo de valor o mais rápido possível para os clientes, resolvendo suas reais necessidades”, explica.
Determinada a ajudar a startup a se tornar uma referência no mercado, Suzyanne analisa que os modelos antigos de gerenciamento estão perdendo espaço em um panorama de maior inovação e respostas mais rápidas frente à concorrência. Por isso, ela enxerga a agilidade como a receita para que as empresas entendam, desenvolvam e trilhem um caminho rumo à transformação digital dos negócios.
“A missão do meu time em uma fintech em crescimento exponencial é manter e evoluir – na área de produto e tecnologia – a cultura de engajamento, transparência, foco e com ciclos curtos de entregas de valor e que seja escalável, pois o crescimento continua acelerado”, conclui.
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