Novo ranking traz os 25 melhores CEOs do Brasil

FORBES elege os líderes empresariais que se destacam no turbulento cenário brasileiro

Alex Ricciardi, Gabriela Arbex, José Vicente Bernardo, Leandro Manzoni, Lucas Borges Teixeira e Lurdete Ertel
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Eles navegaram por mares turbulentos e conseguiram manter – ou até aumentar – a relevância de suas empresas aos olhos do mercado, dos acionistas, dos parceiros e dos clientes. Uniram suas metas financeiras a genuínas preocupações ambientais e sociais. Entenderam (mesmo os que não nasceram no Brasil) as particularidades de nossa economia e a “cabeça” de nossa gente, dentro do cenário de grandes e rápidas transformações do terceiro milênio. Tiraram de letra o fatídico ano de 2016 e continuam olhando para o alto. Os 25 CEOs que você verá abaixo foram eleitos por FORBES Brasil com a participação de um seleto grupo de consultores e acadêmicos especializados em gestão e negócios. Leia a reportagem completa na revista que já está nas bancas.

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PARTICIPARAM DA ELABORAÇÃO DA LISTA DE MELHORES CEOS DO BRASIL 2017: Adalberto Fischmann (diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), Antonio Batista da Silva Júnior (presidente-executivo da Fundação Dom Cabral), Aurea Imai (sócia-diretora da Boyden Brasil), Carlos Alberto Guerra Filgueiras, (CEO da Adtalem Educacional do Brasil), Diego Bonaldo Coelho (coordenador do Observatório das Multinacionais Brasileiras da Escola Superior de Propaganda e Marketing), Dominique Virchaux (presidente da Korn Ferry para América do Sul), François Santos (sócio da A.T. Kearney Brasil), Luiz Artur Ledur Brito (diretor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), Luiz Carlos de Queiroz Cabrera (sócio da Panelli Motta Cabrera) e Silvio Passarelli (diretor da Faculdade de Administração da Fundação Armando Alvares Penteado).

  • Letícia Moreira

    FREDERICO TRAJANO
    Magazine Luiza

    Transformar a estrutura e a cultura de uma organização grande, sexagenária, familiar e com a imagem mais que consolidada no mercado não é tarefa fácil. Exige um conhecimento profundo do negócio, das tendências do setor… e muita coragem. O risco é não chegar aonde se esperava e, pior, perder o que já havia sido conquistado com tanto esforço.

    Ao assumir o comando da empresa, em janeiro de 2016, Frederico Trajano Inácio Rodrigues (filho da admirada e poderosa Luiza Trajano, dona da rede) percebeu que o Magazine Luiza tinha que mudar sua forma de operação, incorporando as últimas novidades tecnológicas para sair na frente dos concorrentes. O que ele queria: “Uma empresa digital com pontos físicos e calor humano”. Ou seja, digitalizar a relação da rede com os clientes até que o comércio eletrônico se torne a principal fonte de receita. Parece estar dando certo. Hoje o e-commerce do Magazine corresponde a 28% das vendas.

    Fred, como é chamado por parentes e amigos, formou-se em administração na Fundação Getulio Vargas (FGV) e foi trabalhar no Deutsche Bank e em um fundo de private equity antes de retornar ao negócio da família – já tinha trabalhado em uma das lojas da rede nas férias escolares, em 2000, quando fez a primeira experiência de e-commerce. Na contramão do mercado, o Magazine integrou os canais de distribuição, o marketing e a contabilidade do comércio eletrônico com as lojas físicas, o que era malvisto pelo mercado – o modelo só começaria a ser adotado pelos concorrentes em meados desta década, com a chegada da crise econômica.

    A missão de Fred agora é implementar as inovações tecnológicas desenvolvidas pelo Luiza Labs, importante braço de inovação da empresa (o ambiente de trabalho ali se assemelha ao de uma startup). A partir da análise de big data, devem surgir novas plataformas de vendas e de serviços que facilitem as operações de compra (do ponto de vista do consumidor) e venda (do ponto de vista dos funcionários).

    Do Luiza Labs já saiu o Magazine Você (no qual usuários montam uma página e selecionam os produtos do portfólio da rede que desejam vender a amigos, conhecidos e familiares em troca de comissão). Cerca de 200 mil pessoas já se cadastraram nessa plataforma.

    O CEO tem dito que o marketplace é o futuro do e-commerce por ser uma espécie de shopping virtual, que vende produtos comercializados pela própria rede e também de parceiros – como a Amazon faz no exterior. Na página do Magazine Luiza na internet, já é possível ter essa experiência. O consumidor tem um leque maior de opções e a rede divide com as parceiras as obrigações com estoque e entrega do produto – e ainda recebe comissão pelas vendas.

    As mudanças tecnológicas propostas por Fred atingem também as lojas físicas. O consumidor terá a opção de comprar pelo e-commerce e retirar a mercadoria nas lojas físicas em até 48 horas.

    Em relação às lojas físicas, aliás, ele propôs um desafio ao Luiza Labs: encontrar uma forma de venda que reduzisse o tempo de compra – da entrada na loja até o pagamento –, que é de 40 minutos, em média. A solução encontrada foi a criação de uma plataforma em que os vendedores possam realizar todo o processo de venda com um smartphone. As unidades que adotaram o procedimento reduziram o tempo de atendimento para 10 minutos.

    Todas essas transformações não são caprichos de um jovem apaixonado por tecnologia. Quando assumiu, ele teve que lidar com os números ruins do balanço de 2015 – prejuízo líquido de R$ 65,6 milhões e queda de 8,2% na receita em relação ao ano anterior. Pragmático, antes de qualquer “devaneio”, contratou uma empresa de consultoria para implantar uma política de redução de custos. Renegociou contratos de aluguel e com fornecedores, reduziu o número de funcionários e cortou benefícios de diretores – como viagens na classe executiva. Até o consumo de energia foi reduzido com a troca de lâmpadas tradicionais por lâmpadas de LED.

    Em seu primeiro ano de gestão, Frederico comemorou um lucro de R$ 86,6 milhões. Em 2017, a tendência positiva se acentuou: no primeiro trimestre, o lucro líquido foi de R$ 58,5 milhões, mais de dez vezes superior ao do mesmo período de 2016. O discreto Frederico Trajano não gosta de fazer alarde. Mas seu “reinado” começou fulminante.

    SETOR: varejo
    SEDE: Franca (SP)
    FUNDAÇÃO: 1957
    FUNCIONÁRIOS: cerca de 20 mil
    RECEITA BRUTA: R$ 11,4 bilhões

  • Divulgação

    ALEXANDRE BIRMAN
    Arezzo

    A troca de comando em empresas familiares costuma inspirar desconfiança entre os investidores, mesmo que elas
    estejam listadas na Bolsa de Valores. Há, nesses casos, a percepção externa de que existe certa propensão de se confundirem finanças corporativas com orçamento familiar. Ao assumir a Arezzo em 2013, Alexandre Birman passou longe dessa desconfiança. Pelo contrário, sempre demonstrou profissionalismo, capacidade e talento para prosseguir com o legado de Anderson Birman – seu pai e fundador da empresa ao lado de Jefferson Birman, tio de Alexandre.

    Com o conceito de fast shop – lançamento de várias coleções e reposição rápida nas lojas em um curto espaço de tempo –, a criação de novas marcas (Alexandre Birman, AnaCapri, Fiever e Schutz) e a expansão de lojas no Brasil e nos Estados Unidos, a Arezzo seguiu com o forte crescimento, enquanto os concorrentes tiveram dificuldades em fechar o balanço no azul. Em 2016, a rede de moda feminina bateu um recorde: pela primeira vez, superou 1 milhão de bolsas e 11 milhões de pares de sapatos vendidos, com a receita crescendo 10,6% em relação ao ano anterior. Apesar de registrar uma pequena queda de 2,9% no lucro do ano passado, no primeiro trimestre de 2017 o lucro subiu consistentes 51,1% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as receitas cresceram 15,4%. Animada, a rede projeta a abertura de 25 a 30 lojas em 2017.

    Sob a gestão de Alexandre, a Arezzo se internacionalizou, e 10% da receita do grupo já vem do mercado externo, principalmente dos EUA, onde a companhia tem uma fábrica e agora um showroom, inaugurado em abril na Madison Avenue, em Nova York.

    O investimento em e-commerce e nas redes sociais é responsável por manter a crise longe do negócio. A companhia optou por divulgar suas marcas via microinfluenciadores, personalidades do meio digital que não têm uma massa de seguidores, mas cujo conteúdo impacta nas decisões de consumo de um nicho específico de mercado. Avesso ao título de CEO – ele prefere ser chamado de “sapateiro” –, o designer fez da Schutz “a marca do ano” no Footwear Annual Achievement Awards, considerado o “Oscar dos sapatos”. Suas criações já calçaram Gisele Bündchen e Kate Middleton, e ele já fez sapatos exclusivos para Katy Perry, Demi Moore e Jessica Alba.

    SETOR: varejo (calçados)
    SEDE: Belo Horizonte (BH)
    FUNDAÇÃO: 1972
    FUNCIONÁRIOS: 2.307
    RECEITA BRUTA: R$ 1,5 bilhão

  • Steferson Faria

    PEDRO PARENTE
    Petrobras

    A carreira de Pedro Parente no setor público e na iniciativa privada está fortemente relacionada à administração de governos e empresas que têm a credibilidade colocada em xeque. A atuação do executivo na Câmara de Gestão da Crise da Energia Elétrica, em 2001, foi decisiva para que o Brasil não sofresse um apagão, durante o governo de FHC. Ele também havia participado, no mesmo governo, das negociações da dívida dos estados e das regras de privatização dos ativos estaduais.

    Formado em engenharia elétrica pela Universidade de Brasília (UnB), desde o ano passado o carioca de 64 anos comanda a Petrobras, desafio que o obrigou a interromper a aposentadoria. O “dever cívico” falou mais alto após o convite para reorganizar as finanças e diminuir o alto endividamento da maior empresa pública brasileira – durante o governo Dilma, a dívida da estatal explodiu, chegando a R$ 392 bilhões em dezembro de 2015.

    Parente deu continuidade à estratégia de venda de ativos para garantir maior solidez financeira à empresa. Rapidamente se aproximou da meta estabelecida para o biênio 2015-16, ao vender gasodutos no Sudeste por US$ 5,19 bilhões; a participação da Petrobras em campo do pré-sal para a norueguesa Statoil por US$ 2,5 bilhões; e da Liquigás para a Ultragaz por R$ 2,8 bilhões.

    Os opositores o acusam de estar promovendo um “desmanche” na empresa. Para o biênio 2017-18, no entanto, seu objetivo é conseguir US$ 19 bilhões com mais vendas ou com a formalização de parcerias em atividades que não estejam ligadas ao core business da estatal, como fertilizantes e etanol. A abertura de capital da BR Distribuidora insere-se nesse plano, mas sofre resistência no Tribunal de Contas da União (TCU). Os investimentos previstos no período foram reduzidos em 25%, para US$ 74,1 bilhões, com a maior parte sendo destinada à exploração e produção de óleo e gás. Outra meta é aumentar a produção dos atuais 2,62 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) para 3,41 milhões em 2021.

    “Ele está fazendo com que a Petrobras volte a ser admirada graças a uma abordagem disciplinada de desempenho operacional e de transformação cultural. Tudo isso no contexto de uma estatal com cultura profundamente sindicalizada e que se recupera de um dos maiores escândalos de corrupção na história corporativa do Brasil”, disse um dos especialistas ouvidos por FORBES, ao justificar seu voto (por norma, secreto).

    SETOR: óleo e gás
    SEDE: Rio de Janeiro (RJ)
    FUNDAÇÃO: 1953
    FUNCIONÁRIOS: 68.829
    RECEITA BRUTA: R$ 282,5 bilhões

  • Diego Nata e Ale Santos

    MARCELO CASTELLI
    Fibria

    A Fibria nasceu em 2009 da fusão de duas gigantes do setor: Aracruz e Votorantim Celulose e Papel (VCP). Marcelo Castelli, 53 anos, acumulava mais de 20 anos de experiência (inclusive nessas duas empresas) quando assumiu o leme da nova companhia, em 2011. Formado em engenharia mecânica e administração, com MBA pela Fundação Dom Cabral e especializações no IMD, da Suíça, o também gigante Castelli (de quase 2 metros de altura) prefere falar menos sobre números (como o lucro líquido de R$ 1,66 bilhão em 2016) e mais sobre sua preocupação social e ambiental.

    Lembrado pelas boas performances desde que assumiu a presidência (então com uma dívida considerada quase impagável, de dez vezes sobre o ebitda) e especialmente em 2015, quando bateu recordes “em todas as métricas” e pagou R$ 2,15 bi de dividendos, Castelli gosta de ser reconhecido por seu perfil de “diálogo e integração”. “Pensamos não só no lado financeiro, mas também na sustentabilidade das relações sociais com todos os envolvidos”, conta, incluindo nesse rol povos indígenas, quilombolas e o MST. Faz parte dessa filosofia o programa de fomento para pequenos produtores, a quem a Fibria oferece tecnologia, financiamento e garantia de compra para que incluam o plantio de madeira em suas propriedades. “O programa já conta com 1.995 pequenos produtores em 202 municípios”, diz o CEO.

    Quanto às acusações de que plantações de eucalipto destroem a terra e a biodiversidade, argumenta que as técnicas desenvolvidas e aplicadas pela Fibria estão “recontando essa história”, preservando flora e fauna. “Tudo o que fazemos é monitorado, auditado e certificado. Hoje somos reconhecidos nos quatro cantos como uma das maiores empresas sustentáveis do mundo”, afirma.

    “O líder tem que respirar e viver o que a empresa pensa, sua essência, sua alma. Não existem mais receitas prontas, ninguém sabe para onde o futuro vai nos levar. Vivemos num mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, o vuca world.” Como agir nesse contexto? “Tenha uma ótima equipe, tenha valores, metas, planejamento, capacidade de se adaptar e de firmar boas parcerias”, ensina.

    SETOR:indústria (celulose)
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO:2009
    FUNCIONÁRIOS: 17 mil
    RECEITA LÍQUIDA: R$ 9,6 bilhões

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  • Diego Nata e Ale Santos

    THEO VAN DER LOO
    Bayer Brasil

    Paulistano filho de holandeses, ele viveu na Europa entre 1967 e 1978, onde cursou administração, e foi aos EUA obter seu MBA na Thunderbird School of Global Management. Em 1980 regressou ao Brasil, onde iniciou sua trajetória profissional. Em 1996 tornou-se responsável pelo marketing do grupo Schering na América Latina e Canadá, cargo que ocupou até 2002, quando assumiu a presidência. Após a aquisição da Schering pela Bayer, em 2007, assumiu a função de diretor geral da Bayer HealthCare na Espanha. É presidente da Bayer Brasil desde 2011. “Estimulamos quatro comportamentos-chave: colaboração, confiança, foco no cliente e experimentação”, afirma.

    “Hoje estou envolvido em estimular cada vez mais condutas responsáveis de estimulo à igualdade e à diversidade na companhia. Acreditamos que promover a igualdade de oportunidades no ambiente de trabalho significa reconhecer as habilidades, os pontos fortes e, acima de tudo, respeitar a personalidade de nossos colaboradores de maneira individual.” Ele virou notícia na divulgação do balanço de 2015 (crescimento de 23%) e em janeiro de 2017, quando relatou nas redes sociais um episódio de racismo envolvendo um amigo executivo negro. De tempos em tempos, vê-se às voltas com ambientalistas que acusam a Bayer de contaminar rios, o solo e a Baía de Guanabara.

    SETOR: agricultura e saúde
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 1896 (Brasil)
    FUNCIONÁRIOS: 3.262
    RECEITA: não divulgada

  • Diego Nata e Ale Santos

    JOÃO CAMPOS
    Pepsico Brasil

    O presidente da Pepsico Brasil, João Campos, vai além dos indicadores econômicos e financeiros: a marca de sua gestão é o aumento de iniciativas em sustentabilidade e no empoderamento feminino – tema com o qual a empresa tem um acordo assinado com a ONU Mulheres. Desde que Campos assumiu a Pepsico, em 2015, após vários anos na Unilever, a empresa investe para aumentar a eficiência do consumo de água no processo produtivo (a meta é reduzir o consumo em 25% até 2025). E, claro, sua gestão estimula a igualdade de gênero, com 42% dos cargos de liderança ocupados por mulheres – contra a média de 25% do segmento.

    SETOR: alimentos e bebidas
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 1953 (Brasil)
    FUNCIONÁRIOS: 13 mil
    RECEITA: não divulgada

  • Tomas Arthuzzi

    FLÁVIO ROCHA
    Riachuelo

    SETOR: varejo/têxtil
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO:1947
    FUNCIONÁRIOS: 40 mil
    RECEITA LÍQUIDA:R$ 5,9 bilhões

  • Rogerio Albuquerque

    PAULA BELLIZIA
    Microsoft Brasil

    SETOR: tecnologia
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO:1989
    FUNCIONÁRIOS: mil
    RECEITA: não divulgada

  • Jefferson Bernardes

    JOSÉ GALLÓ
    Renner

    SETOR: varejo/têxtil
    SEDE: Porto Alegre (RS)
    FUNDAÇÃO: 1965
    FUNCIONÁRIOS: 19 mil
    RECEITA LÍQUIDA:R$ 5,7 bilhões

  • Divulgação

    CRISTINA PALMAKA
    SAP Brasil

    SETOR: tecnologia
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 1995
    FUNCIONÁRIOS:cerca de 2 mil
    RECEITA:não divulgada

  • Divulgação

    FÁBIO VENTURELLI
    Grupo São Martinho

    SETOR: sucroenergético
    SEDE: Pradópolis (SP)
    FUNDAÇÃO: 1943
    FUNCIONÁRIOS: 13 mil
    RECEITA BRUTA:R$ 3,6 bilhões

  • Divulgação

    FABIO COELHO
    Google Brasil

    SETOR: tecnologia
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 2005
    FUNCIONÁRIOS: 750
    RECEITA:não divulgada

  • Carol Carquejeiro

    LAERCIO COSENTINO
    Totvs

    SETOR: softwares
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 1983
    FUNCIONÁRIOS: 12 mil
    RECEITA LÍQUIDA:R$ 2,2 bilhões

  • Divulgação

    JOÃO CARLOS BREGA
    Whirlpool

    SETOR: eletrodomésticos
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 2006
    FUNCIONÁRIOS: 11 mil
    RECEITA LÍQUIDA:R$ 5,7 bilhões

  • Divulgação

    FÁBIO LUCHETTI
    Porto Seguro

    SETOR: seguros
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 1945
    FUNCIONÁRIOS: 14 mil
    RECEITA BRUTA:R$ 16,3 bilhões

  • Divulgação

    CHIEKO AOKI
    Blue Tree Hotels

    SETOR: hotelaria
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 1997
    FUNCIONÁRIOS: mais de 2 mil
    RECEITA:não divulgada

  • Clóvis Ferreira

    RENATO VALE
    CCR

    SETOR: concessões/transporte
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO: 1999
    FUNCIONÁRIOS: 11 mil
    RECEITA BRUTA:R$ 10,5 bilhões

  • Divulgação

    ARTUR GRYNBAUM
    O Boticário

    SETOR:cosméticos
    SEDE: Curitiba (PR)
    FUNDAÇÃO: 1977
    FUNCIONÁRIOS:7 mil
    RECEITA BRUTA: R$ 11,4 bilhões

  • Divulgação

    GERALDO FRANÇA
    Sodexo

    SETOR: benefícios e incentivos
    SEDE: Barueri (SP)
    FUNDAÇÃO: 1966
    FUNCIONÁRIOS: 650
    RECEITA:não divulgada

  • Divulgação

    SANDRO DE CASTRO GONZALEZ
    Transpes

    SETOR: logística/transporte
    SEDE: Betim (MG)
    FUNDAÇÃO: 1966
    FUNCIONÁRIOS:4.800
    RECEITA BRUTA:R$ 211 milhões

  • Divulgação

    HARRY SCHMELZER JR.
    WEG

    SETOR: máquinas e equipamentos industriais
    SEDE: Jaraguá do Sul (SC)
    FUNDAÇÃO:1961
    FUNCIONÁRIOS: 29,4 mil
    RECEITA LÍQUIDA:R$ 9,4 bilhões

  • Paulo Pampolim

    HELIO MAGALHÃES
    Citi Brasil

    SETOR: financeiro
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO:1915 (no Brasil)
    FUNCIONÁRIOS: 5 mil
    RECEITA LÍQUIDA:R$ 4,9 bilhões

  • Jorge Coelho/Eletrobras

    WILSON FERREIRA JR.
    Eletrobras

    SETOR: energia
    SEDE: Rio de Janeiro (RJ)
    FUNDAÇÃO: 1962
    FUNCIONÁRIOS: 23 mil
    RECEITA BRUTA:R$ 70,9 bilhões

  • Divulgação

    JULIO BORGES GARCIA
    Ihara

    SETOR: agronegócio
    SEDE: Sorocaba (SP)
    FUNDAÇÃO: 1965
    FUNCIONÁRIOS: 600
    RECEITA LÍQUIDA:R$ 1,2 bilhão

  • Divulgação

    MIGUEL SETAS
    EDP Brasil

    SETOR: energia elétrica
    SEDE: São Paulo (SP)
    FUNDAÇÃO:1985
    FUNCIONÁRIOS: 14.920
    RECEITA LÍQUIDA:R$ 8,9 bilhões

Letícia Moreira

FREDERICO TRAJANO
Magazine Luiza

Transformar a estrutura e a cultura de uma organização grande, sexagenária, familiar e com a imagem mais que consolidada no mercado não é tarefa fácil. Exige um conhecimento profundo do negócio, das tendências do setor… e muita coragem. O risco é não chegar aonde se esperava e, pior, perder o que já havia sido conquistado com tanto esforço.

Ao assumir o comando da empresa, em janeiro de 2016, Frederico Trajano Inácio Rodrigues (filho da admirada e poderosa Luiza Trajano, dona da rede) percebeu que o Magazine Luiza tinha que mudar sua forma de operação, incorporando as últimas novidades tecnológicas para sair na frente dos concorrentes. O que ele queria: “Uma empresa digital com pontos físicos e calor humano”. Ou seja, digitalizar a relação da rede com os clientes até que o comércio eletrônico se torne a principal fonte de receita. Parece estar dando certo. Hoje o e-commerce do Magazine corresponde a 28% das vendas.

Fred, como é chamado por parentes e amigos, formou-se em administração na Fundação Getulio Vargas (FGV) e foi trabalhar no Deutsche Bank e em um fundo de private equity antes de retornar ao negócio da família – já tinha trabalhado em uma das lojas da rede nas férias escolares, em 2000, quando fez a primeira experiência de e-commerce. Na contramão do mercado, o Magazine integrou os canais de distribuição, o marketing e a contabilidade do comércio eletrônico com as lojas físicas, o que era malvisto pelo mercado – o modelo só começaria a ser adotado pelos concorrentes em meados desta década, com a chegada da crise econômica.

A missão de Fred agora é implementar as inovações tecnológicas desenvolvidas pelo Luiza Labs, importante braço de inovação da empresa (o ambiente de trabalho ali se assemelha ao de uma startup). A partir da análise de big data, devem surgir novas plataformas de vendas e de serviços que facilitem as operações de compra (do ponto de vista do consumidor) e venda (do ponto de vista dos funcionários).

Do Luiza Labs já saiu o Magazine Você (no qual usuários montam uma página e selecionam os produtos do portfólio da rede que desejam vender a amigos, conhecidos e familiares em troca de comissão). Cerca de 200 mil pessoas já se cadastraram nessa plataforma.

O CEO tem dito que o marketplace é o futuro do e-commerce por ser uma espécie de shopping virtual, que vende produtos comercializados pela própria rede e também de parceiros – como a Amazon faz no exterior. Na página do Magazine Luiza na internet, já é possível ter essa experiência. O consumidor tem um leque maior de opções e a rede divide com as parceiras as obrigações com estoque e entrega do produto – e ainda recebe comissão pelas vendas.

As mudanças tecnológicas propostas por Fred atingem também as lojas físicas. O consumidor terá a opção de comprar pelo e-commerce e retirar a mercadoria nas lojas físicas em até 48 horas.

Em relação às lojas físicas, aliás, ele propôs um desafio ao Luiza Labs: encontrar uma forma de venda que reduzisse o tempo de compra – da entrada na loja até o pagamento –, que é de 40 minutos, em média. A solução encontrada foi a criação de uma plataforma em que os vendedores possam realizar todo o processo de venda com um smartphone. As unidades que adotaram o procedimento reduziram o tempo de atendimento para 10 minutos.

Todas essas transformações não são caprichos de um jovem apaixonado por tecnologia. Quando assumiu, ele teve que lidar com os números ruins do balanço de 2015 – prejuízo líquido de R$ 65,6 milhões e queda de 8,2% na receita em relação ao ano anterior. Pragmático, antes de qualquer “devaneio”, contratou uma empresa de consultoria para implantar uma política de redução de custos. Renegociou contratos de aluguel e com fornecedores, reduziu o número de funcionários e cortou benefícios de diretores – como viagens na classe executiva. Até o consumo de energia foi reduzido com a troca de lâmpadas tradicionais por lâmpadas de LED.

Em seu primeiro ano de gestão, Frederico comemorou um lucro de R$ 86,6 milhões. Em 2017, a tendência positiva se acentuou: no primeiro trimestre, o lucro líquido foi de R$ 58,5 milhões, mais de dez vezes superior ao do mesmo período de 2016. O discreto Frederico Trajano não gosta de fazer alarde. Mas seu “reinado” começou fulminante.

SETOR: varejo
SEDE: Franca (SP)
FUNDAÇÃO: 1957
FUNCIONÁRIOS: cerca de 20 mil
RECEITA BRUTA: R$ 11,4 bilhões

OBS.: O número de funcionários reflete o status das empresas até o dia 12 de junho de 2017; a receita (bruta ou líquida) refere-se ao balanço de 2016.

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