As 11 maiores demissões de grandes CEOs em 2016

Muitos estavam envolvidos em escândalos que causaram a saída deles

Jeff Kauflin
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Acusação de assédio sexual. Alegação de fixação de preços. “Péssima” liderança. Há inúmeros motivos que fizeram grandes CEOs deixarem o cargo neste ano. Aqui estão os mais notáveis.

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Envolvidos em escândalos, estes grandes executivos foram alvo de muitas críticas e perderam o emprego em grandes organizações.

Veja na galeria de fotos os escândalos que fizeram com que grandes CEOs fossem demitidos em 2016:

  • Roger Ailes, da Fox News

    Roger Ailes tornou-se o CEO fundador do canal de notícias Fox News em 1996, quando Rupert Murdoch eclodiu a rede e prometeu torná-la uma das melhores estações de notícias a cabo. Ailes atingiu esse objetivo durante seu mandato, mas também ganhou a reputação de microgerente intimidador. Em 2004, o jornalista Gabriel Sherman publicou uma biografia não autorizada do CEO com histórias de inúmeras mulheres que o acusaram de assédio sexual.

    Entretanto, no dia 6 de julho, duas semanas depois de deixar a Fox News, a ex-âncora Gretchen Carlson entrou com uma ação judicial contra Ailes, afirmando que ele sabotou sua carreira depois que ela negou os avanços sexuais dele. Outros âncoras da Fox, como Greta Van Susteren, Neil Cavuto e Bill O’Reilly demonstraram apoio ao Ailes. Logo depois, Gabriel Sherman falou com mais seis mulheres que afirmaram ter sofrido abusos por parte do CEO. Dois dos casos foram registrados. Alguns meses depois, Megyn Kelly publicou um livro de memórias relatando o assédio sexual de Ailes contra ela.

    No dia 21 de julho, Rupert Murdoch, co-presidente da 21st Century Fox, anunciou a saída de Ailes e assumiu o cargo de presidente e CEO da Fox News. Um comunicado de James e Lachlan Murdoch, seus filhos e CEO da Fox e co-presidente executivo, afirmaram “Nós nos juntamos ao nosso pai em reconhecimento às grandes contribuições de Roger para nossa companhia… Continuamos com o compromisso de manter um ambiente de trabalho baseado na confiança e no respeito. Nós levamos a sério nossa responsabilidade de manter os valores tradicionais e de longa data da nossa companhia”. Algumas semanas depois, Ailes aconselhou Donald Trump em sua preparação para o debate que ele teria contra Hillary Clinton. Entretanto, ambos confirmaram um rompimento na relação em outubro, porque Ailes sentia que Trump não o escutava.

  • Richard Anderson, da Delta Air Lines

    Depois de nove anos, um tempo muito longo de mandato para um CEO de uma companhia aérea, Richard Anderson saiu da Delta Air Lines. Ele assumiu o cargo em uma época difícil em 2007, logo depois da empresa sair de uma falência e próximo da crise financeira, mas a companhia cresceu muito com sua liderança. As ações da Delta foram de US$ 20 para quase US$ 50, e a receita da companhia triplicou, foi de US$ 1,6 bilhão em 2007 para US$ 4,5 bilhões em 2015, o que tornou a empresa aérea mais rentável.

    O ex-presidente da Delta, Ed Bastian, substituiu Anderson em maio deste ano, como parte do plano de sucessão e o presidente da companhia, Daniel Carp, afirmou que a mudança estava planejada “há anos”. Anderson se tornou presidente executivo, mas também deixou o cargo depois de cinco meses. A Delta não ofereceu explicação para nenhuma das saídas do executivo.

  • Ron Boire, da Barnes & Noble

    A rede de livrarias Barnes & Noble demitiu seu CEO Ronald Boire antes mesmo dele completar um ano no cargo. Em um comunicado feito em agosto, a companhia afirmou que “o grupo de diretores determinou que o Sr. Boire não se encaixa bem na organização e que era de interesse de todos que ele saísse da companhia”. As ações da empresa caíram 10%. Boire foi o terceiro executivo-chefe da varejista de livros em menos de três anos, um período em que a Amazon provocou muitas perdas nos negócios da companhia.

    No início do ano, Boire impressionou Wall Street com sua estratégia de focar em brinquedos, jogos e sócios, e isso aumentou as ações da empresa em mais de 50% antes do anúncio da demissão. Entretanto, os grandes investimentos feitos no seu leitor de e-book diminuíram as suas vendas. A Barnes & Noble perdeu US$ 24 milhões em 2015, depois de obter uma receita de US$ 37 milhões no ano anterior. O número total de lojas da empresa caiu de 647 em agosto de 2015 para 638 em julho de 2016. O CEO de longa data da companhia, Leonard Riggio, se tornou CEO interino depois da saída de Boire e permanece no cargo enquanto a empresa busca um substituto.

  • Michael Brown, da Symantec

    Michael Brown se juntou à equipe da Symantec, empresa de segurança virtual, em 2003, e se tornou CEO em 2014, um ano em que a receita da companhia começou a diminuir e não parou desde então. A empresa de softwares antivírus começou a ter cada vez mais problemas com hackers e sua cibersegurança foi aumentada, entretanto a companhia não se adaptou bem. A receita de seus produtos de consumo caiu 9%, e foi para US$ 1,9 bilhão, em 2015, enquanto as vendas dos produtos corporativos caiu 2%. A Symantec anunciou os planos da saída de Brown em abril. ele foi sucedido por Greg Clark, ex-CEO da companhia de segurança da internet Blue Coat, adquirida pela Symantec em agosto.

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  • Parker Conrad, da Zenefits

    Parker Conrad fundou a Zenefits, no Vale do Silício, em 2013. O primeiro produto da companhia foi um software de RH que era oferecido de graça para empresas, e ganhava dinheiro com uma comissão quando os clientes compravam um plano de saúde na plataforma. A Zenefits cresceu muito rápido, atingindo um valor de US$ 4,5 bilhões em 2015. Os problemas surgiram quando a companhia afirmou que perdeu metas de receitas e congelou a contratação de pessoas em alguns departamentos no final de 2015.

    Em fevereiro, a Zenefits confessou que vendeu ilegalmente alguns produtos, sem obter licença do Estado. Parker Conrad desenvolveu uma ferramenta de software que permitia que os vendedores de seguro enganassem as leis ao fornecer um curso online necessário para obter a certificação do Estado. No dia 8 de fevereiro, o COO da Zenefits, David Sacks, enviou um email interno que afirmava: “o fato é que muitos dos nossos processos internos, controles e ações sobre as conformidades foram inadequados, e algumas decisões estão sendo executadas erradas. Como resultado, Parker saiu da companhia”. Sacks sucedeu Conrad como CEO.

  • Tony Fadell, da Nest

    Tony Fadell tem um passado de prestígio. Na Apple, ele liderou a equipe original de engenheiros do iPod, e ainda trabalhou nas primeiras três versões do iPhone. Em 2010, ele foi o cofundador da startup Nest, que produz um produto que controla termostatos domésticos, torna-os mais eficientes. O Google comprou a Nest em 2014 por US$ 3,2 bilhões, e no final do ano passado a Nest comprou a startup de câmeras de segurança, a Dropcam, por US$ 555 milhões.

    Entretanto, Tony Fadell e o CEO da Dropcam, Greg Duffy, estavam em conflito. Surgiram boatos sobre o comportamento agressivo de Fadell e do seu atrito com os funcionários da Dropcam depois da aquisição. Quando o Google se reestruturou como Alphabet, a Nest sofreu mais pressão para atingir as metas financeiras. A receita da companhia foi decepcionante e, em junho, Fadell anunciou que era a hora dele “deixar a Nest”. Marwan Fawaz, ex-vice-presidente executivo da fabricante de telefones Motorola Mobility, sucedeu Fadell como CEO.

  • Federica Marchionni, da Lands’ End

    Federica Marchionni se tornou a CEO da marca Lands’ End em fevereiro de 2015. Ex-executiva da Ferrari e da Dolce Gabbana, a diretoria a contratou para dar mais estilo na companhia, que estava sofrendo com consumidores idosos e um mercado de varejo lento. Ela realizou mudanças rápidas e drásticas no catálogo e inseriu roupas de qualidade alta.

    Entretanto, ela não foi capaz de unir os funcionários com suas ideias. Federica também foi criticada por trabalhar a maior parte do tempo em Nova York e passar pouco tempo na sede da companhia, em Wisconsin. A Lands’ End faturou US$ 9,2 milhões na primeira metade de 2015, mas perdeu US$ 7,7 milhões no mesmo período de 2016. O conselho anunciou sua saída em setembro. O ex-CEO da companhia e CFO James Gooch, e o chefe de merchandising e design de escritórios Joseph Boitano, a sucederam como CEOs co-interinos.

  • Mike Pearson, da Valeant

    Mike Pearson foi de bilionário adorado em Wall Street para executivo-chefe menosprezado. Depois de se juntar à empresa farmacêutica Valeant como CEO em 2008, Pearson lançou uma estratégia agressiva de comprar companhias de medicamentos pouco conhecidas, cortar custos e manipular preços. Por um longo período, a Valeant era muito admirada em Wall Street, o que aumentou o preço das suas ações em 2,450% em sete anos depois de Pearson se tornar CEO.

    Os problemas começaram em agosto de 2015, quando o senador Bernie Sanders e o congressista Elijah Cummings questionaram a Valeant por aumentar os preços de remédios para o coração. Uma situação ainda mais controvérsia surgiu quando a companhia demonstrou ter um relacionamento estreito com a Philidor, a farmácia de venda por correspondência que comprou muitos produtos da Valeant. O preço das ações da companhia caíram e recuaram em março, no dia em que Pearson voltou da sua licença médica de três meses. Depois de aproximadamente uma semana, o conselho demitiu Pearson. Joseph Papa, ex-executivo-chefe da farmacêutica Perrigo, o sucedeu no cargo.

  • Charles Scharf, da Visa

    Charles Scharf surpreendeu o mundo dos negócios em outubro, quando ele anunciou que estava saindo da Visa, depois de quatro anos de muito sucesso como CEO da empresa de cartão de créditos. Scharf afirmou que queria passar mais tempo com a sua família. Ele tornou-se CEO da Visa em 2012. Durante os próximos quatro anos, as ações da companhia subiram 137% e a empresa atingiu um valor de mercado de aproximadamente US$ 170 bilhões. Scharf supervisionou o lançamento do novo laboratório da companhia em San Francisco, onde engenheiros desenvolveram novas maneiras de servir os consumidores. O objetivo era competir com empresas de pagamentos virtuais como o PayPal. O ex-presidente da American Express e membro do conselho da Visa, Alfred Kelly, sucedeu Scharf como CEO no dia 1 de dezembro.

  • Donnie Smith, da Tyson Foods

    Donnie Smith se tornou CEO da maior processadora de carne dos Estados Unidos, a Tyson Foods, em 2009. Durante os sete anos em que liderou a companhia, a empresa teve um desempenho financeiro muito bom. Entretanto, em outubro, a Tyson e outras companhias concorrentes foram acusadas de fixar preço ao estipularem um acordo que limita a quantia de carne para manter os preços altos. No mês seguinte, a companhia perdeu receita e expectativa de lucro e anunciou abruptamente que Donnie Smith renunciaria. Os analistas questionaram o momento, mas Smith negou que sua saída tinha relações com o processo. As ações da Tyson caíram 15%, a queda mais do que em qualquer momento desde a crise financeira. Tom Hayes, presidente da Tyson Foods, vai ser o sucessor de Donnie Smith como executivo-chefe a partir do dia 31 de dezembro de 2016.

  • John Stumpf, da Wells Fargo

    Uma das maiores controvérsias corporativas começou em 2013, quando o jornal norte-americano “L.A. Times” escreveu sobre a cultura de grandes pressões sobre vendas e alegou uma fraude por parte da Wells Fargo, empresa de serviços financeiros. Em 2015, a cidade de Los Angeles processou a Wells Fargo devido ao episódio. Em setembro deste ano, a companhia anunciou que pagaria US$ 185 milhões para membros reguladores porque os funcionários da Wells Fargo estavam abrindo novas contas para clientes sem o seu consentimento para atender as cotas.

    Em uma audiência federal, a senadora Elizabeth Warren acusou Stumpf pelo ocorrido, que assumiu a responsabilidades mas que também culpou os 5.300 funcionários que já haviam sido demitidos. Warren o acusou de “péssimo líder”. Depois disso, a Wells Fargo ganhou US$ 41 milhões em ações não investidas da Stumpf, mas a pressão de manter fez com que os negócios dessem errado em outubro. O presidente e COO da Wells Fargo, Tmothy Sloan, o sucedeu, afirmando que Stumpf foi demitido porque sua controvérsia estava sendo uma distração muito grande.

Roger Ailes, da Fox News

Roger Ailes tornou-se o CEO fundador do canal de notícias Fox News em 1996, quando Rupert Murdoch eclodiu a rede e prometeu torná-la uma das melhores estações de notícias a cabo. Ailes atingiu esse objetivo durante seu mandato, mas também ganhou a reputação de microgerente intimidador. Em 2004, o jornalista Gabriel Sherman publicou uma biografia não autorizada do CEO com histórias de inúmeras mulheres que o acusaram de assédio sexual.

Entretanto, no dia 6 de julho, duas semanas depois de deixar a Fox News, a ex-âncora Gretchen Carlson entrou com uma ação judicial contra Ailes, afirmando que ele sabotou sua carreira depois que ela negou os avanços sexuais dele. Outros âncoras da Fox, como Greta Van Susteren, Neil Cavuto e Bill O’Reilly demonstraram apoio ao Ailes. Logo depois, Gabriel Sherman falou com mais seis mulheres que afirmaram ter sofrido abusos por parte do CEO. Dois dos casos foram registrados. Alguns meses depois, Megyn Kelly publicou um livro de memórias relatando o assédio sexual de Ailes contra ela.

No dia 21 de julho, Rupert Murdoch, co-presidente da 21st Century Fox, anunciou a saída de Ailes e assumiu o cargo de presidente e CEO da Fox News. Um comunicado de James e Lachlan Murdoch, seus filhos e CEO da Fox e co-presidente executivo, afirmaram “Nós nos juntamos ao nosso pai em reconhecimento às grandes contribuições de Roger para nossa companhia… Continuamos com o compromisso de manter um ambiente de trabalho baseado na confiança e no respeito. Nós levamos a sério nossa responsabilidade de manter os valores tradicionais e de longa data da nossa companhia”. Algumas semanas depois, Ailes aconselhou Donald Trump em sua preparação para o debate que ele teria contra Hillary Clinton. Entretanto, ambos confirmaram um rompimento na relação em outubro, porque Ailes sentia que Trump não o escutava.

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