Embora possa parecer o enredo de um filme de ficção científica de baixo orçamento, há na verdade uma gigantesca massa de algas marinhas maior do que a área ocupada pelos Estados Unidos, que se formou no Atlântico e está se dirigindo para a costa da Flórida, ameaçando cobrir as praias em montes malcheirosos e potencialmente perigosos.
Isso também tem sido um problema recorrente em outras partes do mundo, incluindo a ilha caribenha de Santa Lúcia, de onde vem Johanan Dujon, listado na Forbes Under 30 de 2020, na área de Manufatura. Dujon é o fundador da Algas Organics, sediada em Santa Lúcia, uma empresa que colhe essas algas marinhas, chamadas de Sargassum, e as transforma em fungicidas, pesticidas e fertilizantes orgânicos para agricultura comercial.
Desde 2015, a Algas já processou cerca de 900 mil toneladas de plantas e quando foi premiado como Under 30 sua empresa faturava US$ 2 milhões (quase R$ 10 milhões na cotação atual). No Brasil, que também promove todos os anos o Under 30, as inscrições já estão abertas e em 2023 conta com uma categoria exclusiva para agro.
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Na última década, o aumento da temperatura do mar e o escoamento de fertilizantes, por meio dos rios, têm provocado uma floração sem precedentes de algas marinhas que engolfou as costas de 22 nações do Caribe. Essa floração tem causado mortes em massa de peixes, tartarugas e recifes de coral, interrupções nas indústrias pesqueira e turística e problemas de saúde para as 100.000 pessoas expostas aos gases como amônia e sulfeto de hidrogênio emitidos durante a decomposição das algas.
“O governo gastaria milhões e milhões de dólares para retirar as algas do mar, e no dia seguinte elas estariam de volta”, disse Dujon. “A ideia era criar um modelo de economia circular em que retirássemos essas algas da praia e as transformassem em algo de valor, para que pudéssemos empregar mulheres e jovens das comunidades litorâneas.” Com a Algas, Dujon colhe as algas diretamente do oceano e processa cerca de 450 toneladas delas em um fertilizante agrícola, extraindo “tudo o que é bom”, como aminoácidos, citocinas e compostos benéficos.
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Além disso, os resíduos do processo não prejudicam o oceano, levando a menores quantidades de floração de algas nos anos seguintes. Os clientes iniciais da Algas eram todos baseados no Caribe, e a empresa recentemente expandiu para o mercado dos Estados Unidos, com foco em grandes fazendas comerciais.
Dujon afirma que a Algas tem uma lista de clientes na Califórnia, Vermont, Michigan, Massachusetts e Arizona, e ainda está procurando expandir sua abrangência. O fertilizante tem tido excelente aceitação no setor de cannabis – Dujon afirma que ele aumenta o teor de THC em 10% e os terpenos em 17% – e agora a Algas está de olho na indústria de soja, que abrange 32 milhões de hectares.