Denominada de “Arte Originária”, a primeira galeria NFT (token não-fungível, na tradução em português) indígena do mundo chegou ao mercado para levantar recursos em prol da preservação desta população. Ao lado dos fundadores do Brasil NFT, artistas indígenas das etnias Guajajara, Bororo, Fulni-ô, Guarani Mbya, além do Coletivo OCA (Observatório Cultural das Aldeias Artesãs), disponibilizarão suas obras digitalizadas a partir deste mês.
O objetivo da iniciativa é arrecadar dinheiro para suprir necessidades básicas de infraestrutura, saúde, alimentação, segurança, educação e higiene. “Acreditamos que a tecnologia pode e deve servir para ajudar a resolver problemas, principalmente quando se trata da população mais vulnerável”, relatam os cofundadores da Brasil NFT.
De acordo com a empresa, a ideia já estava sendo discutida há meses com os ativistas indígenas Zahy Guajajara, Aritana Ribeiro Verissimo, Marcio Paromeriri, Jurema Nunes de Oliveira e Darci Tupã e Cris Papiõn. Entre as peças à venda estão desde artesanatos até produções audiovisuais.
“Essa é uma excelente iniciativa e esperamos, juntos, construir diretrizes para dar visibilidade e oportunidade de comercializar todos os trabalhos artesanais e culturais de nosso pertencimento. Isso levará esperança e ativará o ânimo e a perseverança em nossas comunidades!”, ressaltou o Pajé e presidente da Academia de Saberes Indígenas Marcio Paromeriri.
Os compradores, por sua vez, levarão, além do NFT, uma arte física com um chip único e conteúdos extras que contarão a história daquela etnia e as lutas travadas pelos povos originários. Os NFTs serão mintados (processo de criar o NFT para uma peça) em formato de geração de royalties e, a cada vez que forem revendidos, as etnias correspondentes receberão um novo aporte financeiro.
“Os NFTs estão me ajudando a olhar o futuro com mais esperança nesse momento. Nós, os povos originários, precisamos de estratégias de sobrevivência para seguirmos no enfrentamento. Somos atuais e futuristas”, finaliza Zahy Guajajara, cantora e atriz.
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