A febre das máquinas de café

Nunca se viu tantas máquinas automáticas de café à venda no Brasil. Mesmo assim, o coado ainda reina no país

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“Até uma criança pode preparar um café perfeito”, garante o sueco Stefan Nilsson, diretor da Nespresso Brasil, ao ser questionado sobre as razões por trás do salto nas vendas nacionais de máquinas de café conhecidas por monodose ou porcionado. Contando todas as marcas e tipos de extração, o brasileiro compra um milhão de máquinas de café por ano, informa o executivo. Os números da Nespresso, ele não revela. Prefere focar nas razões para se trocar o coado pelo espresso. E explica que as cerca de 1,7 mil patentes registradas pela marca garantem o controle de fatores como pressão, temperatura, quantidade de água e de pó.

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A suíça Nespresso é, inquestionavelmente, uma referência na categoria. Com a ajuda do ator George Clooney, de 22 grand crus encapsulados em embalagens coloridíssimas e o lançamento de duas a três edições limitadas por ano, virou símbolo de status e um dos objetos de desejo dos brasileiros. Ela, no entanto, não é a única opção do mercado. Até porque espaço para crescer há. De sobra. “Percentualmente, somos o mercado que mais cresce no mundo. O avanço é de dois dígitos, mas ainda somos pequenos em consumo. Na Holanda, mais de 30% do café consumido são porcionados”, afirma Nilsson. No Brasil, o número é de 2% a 6%, dependendo da fonte. Isso significa que mais de 90% do café que chega às xícaras dos brasileiros é coado. “Em dez anos, calculo que o percentual deverá chegar a 20%.”

  • Delta Q

    Um café de intensidade 10, desenvolvido a partir da combinação de robustas dos Camarões e Angola com arábicas de Honduras. Ou uma infusão que combina gengibre e menta. É com esse tipo de cápsula que a Delta Q, marca de monodoses da torrefadora portuguesa Delta Cafés, pretende ganhar o paladar do brasileiro. Diz a companhia que sua qualidade levou a Nespresso a sofrer um grande revés em seu país, com uma perda de 50% de market share. Mas como isso foi possível? “Somos líderes do segmento total de cafés em Portugal há muito tempo e, ano após ano, somos citados como marca de confiança. Trouxemos essa qualidade para o sistema Delta Q, com a diferença de que somos distribuídos nacionalmente nas grandes redes de varejo”, conta João Morais e Castro, diretor-geral da Delta Cafés no Brasil. Hoje, a marca detém 35% de market share em Portugal. No Brasil, ela desembarcou em 2012. “Embora a penetração do café monodose ainda seja muito baixa no país, o mercado tem se sofisticado. Os consumidores estão abertos a produtos melhores, mais premium. E a proposta da Delta é democratizar o consumo de cafés especiais no Brasil, o segundo país que mais consome a bebida no mundo.” Sua estratégia tem sido agressiva. Nas últimas semanas, a marca fez promoções no varejo e no seu e-commerce, nas quais o consumidor levava a máquina de presente a partir da compra de uma quantia predefinida de cápsulas.

  • Senseo

    Com sede na Holanda, a D.E Master Blenders 1753 é a dona de várias marcas de café pelo mundo, a exemplo da brasileira Pilão e da máquina e dos sachês Senseo, produto lançado em 2001 em parceria com a Philips. A diferença da Senseo para as outras máquinas de café espresso é que a bebida é coada. “Mas sai com creme e cara de espresso”, garante Ricardo de Souza, diretor de marketing da Master Blenders. O negócio em torno da marca, explica, foi crescendo, atingindo taxas de penetração enormes na Europa, até contabilizar o que ele chama de “maior parque de café monodose do mundo, com 24 milhões de unidades vendidas.” No Brasil, garante, a Senseo é a segunda maior marca do varejo de monodose (mercado que inclui qualquer tipo de cápsula ou sachê) de café, com 20% de market share, perdendo apenas para o Dolce Gusto, da Nestlé. O sachê custa R$ 0,50, enquanto uma cápsula de máquina espresso sai a partir de R$ 1.

  • Nespresso e Tres

    O Grupo 3Corações, gigante do café torrado e moído do Brasil, lançou a máquina multibebidas Tres, de cafés, chás e chocolate monodose com o intuito de aumentar a rentabilidade com seu principal produto. Para atrair o olhar do consumidor brasileiro, convocou o chef Alex Atala, do D.O.M., no momento em que George Clooney dá sabor à Nespresso. A marca Tres oferece vários modelos de máquinas automáticas e quase duas dezenas de cápsulas da bebida. Para lançar o produto, o grupo brasileiro-israelense gastou quatro anos de desenvolvimento em um projeto tocado com um fornecedor italiano. A meta é comercializar 150 mil máquinas até o fim do ano.

Delta Q

Um café de intensidade 10, desenvolvido a partir da combinação de robustas dos Camarões e Angola com arábicas de Honduras. Ou uma infusão que combina gengibre e menta. É com esse tipo de cápsula que a Delta Q, marca de monodoses da torrefadora portuguesa Delta Cafés, pretende ganhar o paladar do brasileiro. Diz a companhia que sua qualidade levou a Nespresso a sofrer um grande revés em seu país, com uma perda de 50% de market share. Mas como isso foi possível? “Somos líderes do segmento total de cafés em Portugal há muito tempo e, ano após ano, somos citados como marca de confiança. Trouxemos essa qualidade para o sistema Delta Q, com a diferença de que somos distribuídos nacionalmente nas grandes redes de varejo”, conta João Morais e Castro, diretor-geral da Delta Cafés no Brasil. Hoje, a marca detém 35% de market share em Portugal. No Brasil, ela desembarcou em 2012. “Embora a penetração do café monodose ainda seja muito baixa no país, o mercado tem se sofisticado. Os consumidores estão abertos a produtos melhores, mais premium. E a proposta da Delta é democratizar o consumo de cafés especiais no Brasil, o segundo país que mais consome a bebida no mundo.” Sua estratégia tem sido agressiva. Nas últimas semanas, a marca fez promoções no varejo e no seu e-commerce, nas quais o consumidor levava a máquina de presente a partir da compra de uma quantia predefinida de cápsulas.

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