O dólar recuava ante o real na manhã de hoje (20), depois da decisão do Banco Central de realizar leilões de rolagem de linha após a moeda superar o patamar de R$ 4,10 na sexta-feira (17), e ainda monitorando a cena política interna na tramitação da Previdência.
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Às 10:23, a moeda norte-americana recuava 0,19%, a R$ 4,0941 na venda. Na sexta-feira, a divisa norte-americana fechou com avanço de 1,62%, a R$ 4,1019, maior patamar desde setembro de 2018. Na semana, o dólar ganhou 4%, maior rali semanal desde agosto de 2018. O dólar futuro perdia cerca de 0,2% neste pregão.
O BC anunciou na sexta-feira leilões de rolagem de linha de dólares com compromisso de recompra nos dias 20, 21 e 22 de maio, em operação que pode evitar o enxugamento de liquidez do sistema e, assim, abrandar a valorização do dólar.
“Leilão de linha amortece a volatilidade, mas ela deve seguir enquanto houver esse quadro político, enquanto ficar sem a definição sobre se vai ser aprovada a reforma da Previdência. E se sim, qual vai ser a reforma aprovada”, avaliou o economista-chefe da Geral Asset, Denilson Alencastro.
Apesar das perdas do dólar nesta segunda-feira, o que agentes financeiros avaliam como sendo momentâneo. Persiste entre participantes do mercado o sentimento de cautela com relação à atuação política do governo, em especial no que diz respeito à articulação da reforma da Previdência, e cautela com exterior.
Na sexta-feira, o presidente da comissão especial da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), disse à Reuters que a Câmara dos Deputados irá assumir a dianteira das negociações e produzirá um novo texto a partir das emendas apresentadas e da proposta original.
No entanto, ele recuou no fim de semana da ideia de propor um novo texto e disse que a intenção dos parlamentares é fazer mudanças significativas na estrutura do projeto, como rejeitar a chamada desconstitucionalização defendida pelo governo, segundo reportagem do jornal “O Globo” nesta segunda-feira.
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Já o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em publicação no Twitter, que o governo apresentará ao Congresso uma proposta de reforma tributária depois que a reforma previdenciária for aprovada, por compreender ser “um desejo urgente dos brasileiros”.
Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, participam às 17h da apresentação da segunda fase da Campanha Publicitária “Nova Previdência: Pode perguntar”, e se reúnem em seguida.
Em meio a esse clima espinhoso entre Executivo e Legislativo, o governo precisa que o Congresso vote 10 medidas provisórias que devem caducar até o início de junho, entre elas a da reestruturação dos ministérios.
No exterior, a disputa entre China e Estados Unidos permanece no radar, de olho em possível retaliação de Pequim após o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar sanções à Huawei no fim da semana passada.
O BC também realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.
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