“Só se vence trabalhando muito”, afirma dono da Sapore

Ex-garçom, uruguaio conseguiu, em 21 anos, transformar-se no dono da Sapore

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O ex-garçom uruguaio Daniel Mendez conseguiu, em 21 anos, transformar-se no dono de uma das maiores empresas de refeições coletivas do Brasil. Ele é o fundador da Sapore, negócio que faturou R$ 1,2 bilhão líquido no ano passado a partir do fornecimento de 1 milhão de refeições por dia em 1,1 mil restaurantes de empresas de todo o país. Da Vale à Fiat. O próximo passo agora é aguardar a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para iniciar a operação da Sabor Raiz, joint-venture estabelecida com a gigante Raízen, cujo objetivo é levar restaurantes para 100 postos de estrada da marca Shell.

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Só que antes de chegar aonde chegou, este filho de maître e cabeleireira teve que servir muita mesa. A experiência em Jaguarão (RS), município de 28 mil habitantes e fronteiriço com o Uruguai, foi definitiva para o seu futuro sucesso. Mendez, então um menino de 14 anos, estudava de manhã do lado uruguaio e corria para o pequeno restaurante do pai do lado brasileiro para servir os clientes. Ele trabalhava no almoço e no jantar, todos os dias, incluindo os fins de semana. Mas ele não queria aquela vida. Para fugir do destino de garçom, mudou-se para Porto Alegre, onde foi trabalhar no RH do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).

Mendez tentou fugir do destino, mas o destino não abriu mão dele. Algum tempo depois, foi parar novamente na cozinha. Desta vez na do Hotel Embaixador, um quatro estrelas da capital gaúcha. “Comecei como cumim e abria o café da manhã todo dia às 5h. Mas não queria aquela vida. Olhei para fora e percebi que em supermercado não se trabalhava aos domingos. Mudei de emprego e iniciei como encarregado de lanchonete, depois gerente de lanchonete e, mais tarde, gerente de rotisserie do supermercado, quando consegui lançar pratos de sucesso. Mas não queria trabalhar aos sábados.”

Resolveu sair e foi atuar na área operacional de uma empresa de refeições coletivas do Rio Grande do Sul. Ficou lá seis anos e aumentou em dez vezes o número de refeições servidas por dia. “Era moleque, simpático, conhecia muito de alimentação e já havia aprendido com meu pai a fazer pratos diferenciados e decorá- los.” Essa experiência o levou a se mudar, aos 30 anos de idade, para Campinas (SP) e a fundar a Sapore. “É preciso sonhar alto, persistir. Só se vence trabalhando muito. Não conheço outra forma”, conta o empresário de 51 anos.

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