10 razões para Chicago estar na sua lista de próximas viagens

O que não faltam são motivos para (re)visitar a metrópole, conhecida por seus arranha-céus emblemáticos, jazz e jogos da NBA; veja alguns deles

Décio Galina
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Jason Lesniewicz / Choose Chicago
Jason Lesniewicz / Choose Chicago

Um dos pontos mais famosos de Chicago é a escultura “The Bean”

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O que não faltam são motivos para (re)visitar Chicago, metrópole de 2,7 milhões de habitantes. Listamos 10 razões para pousar na cidade de arranha-céus emblemáticos. Começando com um voo de helicóptero, passando por um jogo da NBA e fechando com a história de como o jazz foi parar às margens do lago Michigan.

Veja a seguir por que Chicago não deve ficar de fora da sua lista de próximas viagens:

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    1) Por cima dos arranhas-céus, de helicóptero

    É do alto que se entende Chicago. É quando sobe a muralha de arranha-céus icônicos da arquitetura norte-americana no horizonte, com o tapete infinito e azul do lago Michigan logo atrás, que o olhar se encanta, perde o foco. Tal visual se descortina assim que o helicóptero ganha altitude, após decolar do Vertiport Heliport, e se aproximar do centro de uma das cidades mais queridas dos Estados Unidos via South Loop. Ele faz a curva à esquerda enquanto sobrevoamos o Soldier Field, estádio inaugurado em 1924, hoje casa do Chicago Bears, com capacidade para 61.500 pessoas (o menor e mais antigo estádio da NFL – National Football League), e que tem esse ano em homenagem aos soldados mortos na 1ª Guerra Mundial.

    A partir dali, acompanhamos a margem do lago, deixando à esquerda o mar de prédios – encabeçado pelo maior da metrópole, a Willis Tower (442 metros, de 1973) – e a geometria do Grant e do Millennium Park – agora faz sentido o apelido “Feijão” para o Cloud Gate, o principal postal de Chicago. Depois de passar por outra marca registrada, o Navy Pier, o helicóptero segue mais ao norte e vira à esquerda de novo – de repente, os dois gigantes estão no mesmo quadro: o John Hancock Center (4º mais alto da Windy City, com 344 metros, de 1969) e o Willis ao fundo. O pôr-do-sol pinta de laranja o paredão de prédios e o cenário vira paisagem de quebra-cabeça de mil peças – uma foto metal levada para sempre. Após um pouso mais do que suave, você segue sorrindo e mal entende por quê. É Chicago na veia.

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    2) David Hockney no Art Institute of Chicago

    Não que seja necessária alguma desculpa para investir horas em um dos mais importantes (e lindos – tanto pelo acervo, como pela estrutura) e maiores (só fica atrás do MoMa, em Nova York) museus norte-americanos, mas os dias de frio dessa época do ano colaboram para esticar o tour pelo Art Institute of Chicago (até o Ferris Bueller, personagem de Matthew Broderick, em “Curtindo a vida adoidado” (1986), resolve ir ao local quando mata a aula). São 5 mil anos de história representados em um acervo de mais de 260 mil obras de arte, com destaque para as coleções de impressionistas. Sugestão de três salas: 241 (com seis quadros de Van Gogh, entre eles Selfie-Portrait (1887) e The Drinkers (1890)); 240 (sete de Monet, entre eles Bordighera (1884) e Cliff Walk at Pourville (1882); e 201 (11 de Renoir, entre eles Seascape (1879) e Lunch at Restaurant Fournaise (1875)). Até 9 de janeiro, não perca exposição do britânico David Hockney, artista dos mais valorizados do mundo: The Arrival of Spring, Normandy, 2020, composta por 116 obras feitas a partir de um iPad no início da pandemia.

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    3) The Blackstone: o Hotel dos Presidentes

    Não é fácil alcançar o balcão da recepção para fazer o ckeck-in no The Blackstone, Autograph Collection. A entrada pela primeira vez no lobby do hotel construído em 1910 é muito impactante. As cores, o design dos móveis, os lustres, a escada à direita, os ponteiros dos elevadores à frente, a lareira à esquerda, os entalhes do teto – tudo chama a atenção. Conforme se conhece cada canto e cada salão do hotel, transpira a história do prédio de 21 andares, hoje com 335 quartos, com excelentes vistas do lago Michigan e do Grant Park, localizado na cultural mile da avenida Michigan. Apelidado de Hotel dos Presidentes, The Blackstone foi a segunda casa de 12 deles, além de sediar 26 convenções para nomeação de candidatos à presidência dos Estados Unidos. Conta-se pelos corredores que Al Capone e Marilyn Monroe também batiam cartão no hotel. Fato, no entanto, é que seus salões foram usados em filmes como “A Cor do Dinheiro” (dirigido Martin Scorsese, com Paul Newman e Tom Cruise, de 1986), e “Os Intocáveis”, de Brian de Palma (1987), na cena que Al Capone (Robert De Niro) desfere golpes de taco de beisebol na cabeça de um traidor durante um jantar.

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    4) Assistir ao Chicago Bulls ao vivo é de chorar

    Antes de falar sobre a experiência de assistir a um jogo do Chicago Bulls ao vivo é preciso dizer que não sou super fã de basquete e que entendi a devoção de muitos brasileiros por esse time, sobretudo após ver os 10 episódios da série The Last Dance no início da pandemia. O Bulls foi determinante na popularização da NBA no mundo, faturando seis títulos entre 1991 e 1998, com espetáculos protagonizados por Michael Jordan, Scottie Pippen e companhia. Dito isso, confesso que logo na entrada da United Center não consegui controlar a emoção tamanha a vibração dos torcedores e pelo fato de “estar ali”. Cheguei 10 minutos antes do início da partida contra o Denver Nuggets, entrei com muita facilidade e me surpreendi com o tamanho da maior arena do país, com 23.500 lugares e 43 metros de altura (de 1994, construída ao custo de US$ 175 milhões).

    Não se trata apenas de um jogo: é um show de entretenimento tão bem produzido nos intervalos (com esquetes de dança, malabarismo, gincana com espectadores e distribuição de brindes) que você não sente o tempo passar. Quando acaba, quer ver mais… Ah, sim, o Denver passeou em quadra, vitória por 126 a 103, em atuação de gala de Michael Porter Jr., cestinha com 31 pontos. Os melhores do Bulls foram Zach LaVine (21 pontos) e DeMar DeRozan (16 pontos), a nova estrela do time desde o ano passado.

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    5) Aulas de arquitetura em passeio de barco

    Se o voo de helicóptero é arrebatador pelo, digamos, “conjunto da obra”, admirar os principais prédios conhecendo as peculiaridades de cada um (também de uma perspectiva única) é possível nos passeios de barcos pelos rios da cidade. Há 28 anos no mercado, no topo da lista local do TripAdvisor´s de tours fluviais, a Chicago´s First Lady Cruise é a única que tem parceria com o Chicago Architecture Center. O tour de 1h30 é conduzido por guias especializados em arquitetura. Detalhes das edificações – separadas por cinco períodos arquitetônicos – são costurados com a história do desenvolvimento da cidade, em um discurso que capta a atenção do início ao fim. No barco, há um enorme deck que proporciona uma visão de 360º e uma parte interna, climatizada, com serviço de bar.

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    6) Sky Deck e 360 Observation Deck: qual o melhor mirante?

    Em uma cidade como Chicago não encare seus principais mirantes como um programa de chegar ao topo do arranha-céu, bater o olho na vista e ir embora. Calma. Vá com tempo para curtir os dois principais: Sky Deck (no Willis Tower) e o 360 Chicago Observation Deck (no John Hancock Center). O primeiro deles possui um dos elevadores mais velozes do mundo e fica no 103º andar da antiga Sears Tower. O ponto alto da visita é entrar na caixa de vidro que avança 1,3 metro para fora do edifício – prepare-se para o frio na barriga. Em dias claros, o visual se alonga por mais de 80 quilômetros, ou quatro estados (Illinois, Michigan, Indiana e Wisconsin). Já no segundo, posicionado no 94º andar, a adrenalina está garantida no Tilt: parte da parede de vidro se inclina para fora do prédio. A dica para evitar longas filas em ambos é ter o Chicago City Pass (US$ 114): por uma entrada especial, você acessa cinco atrações da cidade (três fixas: Sheed Aquarium, Skydeck e Field Museum; e mais duas escolhidas entre: Art Institute, Museum of Science and Industry, 360 e Adler Planetarium).

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    7) O alto astral do Cloude Gate

    Sabe aquela atração “batida, mas imperdível” que toda cidade tem? No caso de Chicago, é o Cloud Gate, o popular Feijão, de Anish Kapoor, inaugurado em 2006. A obra de 10 metros de altura e 20 de largura tem o poder de refletir os prédios em volta de uma maneira quase surreal. Você fica dando voltas, observando as nuances de luz e de forma revelados pela peça tão peculiar. Como se não bastasse a parte externa da obra, há ainda o interior – ainda mais “maluco”, com reflexos disformes (e divertidos). Talvez daí o grande barato do Feijão (e que vai além de ver uma foto do lugar): o astral entre os turistas é muito bacana – a felicidade está no ar. Ele é só uma das atrações artísticas do Millennium Park, de 2004. São fontes, esculturas e auditórios como a concha acústica Jay Pritzker Pavilion, do arquiteto Frank Gehry (prêmio Pritzker de 1989).

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    8) Magnificent Mile: hora das compras

    Um bom contraponto para as atrações culturais e artísticas do Millennium Park é a possibilidade de compras nas lojas de grifes das mais desejadas do planeta, concentradas em um trecho da avenida Michigan conhecida como Magnificent Mile (ou Mag Mile). Alguns quarteirões ao norte do parque (vá a pé para seguir admirando a arquitetura dos prédios) há um desfile de marcas como Burberry, Louis Vuitton, Coach, Chanel, Rolex, Cartier, Omega, Tiffany & Co, Victoria’s Secret, Ralph Lauren, H&M, Nike e Apple – para uma pausa no meio do caminho, há o maior Starbucks do mundo (avenida Michigan, 646).

    E se seu apetite por compras ainda não estiver saciado, no final da Mag Mile, sentido norte, pegue a esquerda na rua Oak. Ali, vai se deparar com Hermès, Moncler, Giorgio Armani, Tom Ford, Dolce & Gabbana, Jimmy Choo, entre outras.

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    9) Jantares para levar para a vida: Sepia e Esmé

    A quantidade de bons lugares para almoçar e jantar em Chicago poderiam render todas as páginas desta reportagem. Neste verbete, porém, vamos nos concentrar apenas em citar lugares que, além de servirem uma ótima refeição, deixam saudades pela experiência. Almoçar, por exemplo, no Porter Kitchen & Deck (150 North Riverside Plaza), começa a ser legal antes mesmo de entrar no restaurante graças à arquitetura mais estreita da base do prédio de 54 andares. Já no restaurante localizado no segundo andar há uma demora natural para ler o menu: você se perde na vista do rio, no vai e vem de barcos e no metrô passando na ponte da rua West Lake.

    Logo, não há pressa para comer clássicos da cozinha americana. A palavra clássico remete a outra boa dica de almoço: Lou Malnti’s Pizzeria (1120 North State Street), uma receita de pizza (mais grossa) de 1943 que combina com outro produto de Chicago, a cerveja Goose Island (prove a Green Line Pale Ale). Para jantar, por favor, não deixe de ir a dois lugares (olha que não te pedi isso até agora): Sepia (123 North Jefferson Street), degustação – harmonizada com vinhos – de quatro etapas (em cada etapa, escolha entre quatro opções), podendo incluir um Golden Kaluga Caviar de entrada, assinada pelo chef Andrew Zimmerman; e o Esmé (2200 North Clark Street), sinônimo de cozinha criativa, com um menu degustação que muda a cada três meses, assinado pelo chef Jenner Tomaska, que, além de harmonizar as etapas com vinhos, traz obras de arte e músicas relacionadas aos pratos.

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    10) Blues e jazz chegam na bagagem da Grande Migração

    Para entender a potência musical do jazz executado em Chicago, é preciso lembrar de um capítulo importante da história norte-americana: a Grande Migração, que levou cerca de 6 milhões de afro-americanos da zona rural do sul do país para áreas urbanas do norte, entre as décadas de 1910 e 1970, em busca de melhores condições de vida – trazendo na bagagem jazz e blues da melhor qualidade.

    O cantor e trompetista Louis Armstrong (foto) é um exemplo de músico extraordinário que trocou Nova Orleans por Chicago. Hoje, é possível conferir o resultado desse enorme deslocamento humano em lugares de jazz ao vivo, como Tortoise Supper Club, Andy’s Jazz Club, Constellation e Benny’s Chop House. Se não der para ver todos na próxima viagem, tudo bem. Já serão razões suficiente para voltar a Chicago.

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1) Por cima dos arranhas-céus, de helicóptero

É do alto que se entende Chicago. É quando sobe a muralha de arranha-céus icônicos da arquitetura norte-americana no horizonte, com o tapete infinito e azul do lago Michigan logo atrás, que o olhar se encanta, perde o foco. Tal visual se descortina assim que o helicóptero ganha altitude, após decolar do Vertiport Heliport, e se aproximar do centro de uma das cidades mais queridas dos Estados Unidos via South Loop. Ele faz a curva à esquerda enquanto sobrevoamos o Soldier Field, estádio inaugurado em 1924, hoje casa do Chicago Bears, com capacidade para 61.500 pessoas (o menor e mais antigo estádio da NFL – National Football League), e que tem esse ano em homenagem aos soldados mortos na 1ª Guerra Mundial.

A partir dali, acompanhamos a margem do lago, deixando à esquerda o mar de prédios – encabeçado pelo maior da metrópole, a Willis Tower (442 metros, de 1973) – e a geometria do Grant e do Millennium Park – agora faz sentido o apelido “Feijão” para o Cloud Gate, o principal postal de Chicago. Depois de passar por outra marca registrada, o Navy Pier, o helicóptero segue mais ao norte e vira à esquerda de novo – de repente, os dois gigantes estão no mesmo quadro: o John Hancock Center (4º mais alto da Windy City, com 344 metros, de 1969) e o Willis ao fundo. O pôr-do-sol pinta de laranja o paredão de prédios e o cenário vira paisagem de quebra-cabeça de mil peças – uma foto metal levada para sempre. Após um pouso mais do que suave, você segue sorrindo e mal entende por quê. É Chicago na veia.

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