O dólar recuava ante o real hoje (29), operando abaixo dos R$ 4, pressionado pelo otimismo na cena local após um pacto dos três Poderes, o que se sobrepunha ao exterior, onde há elevada aversão ao risco após novos atritos entre Estados Unidos e China.
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Às 10:28, o dólar recuava 0,68%, a R$ 3,9968 na venda. Na terça-feira (28), a divisa norte-americana fechou em baixa de 0,27%, a R$ 4,0242 na venda. O dólar futuro perdia por volta de 0,8% neste pregão.
O pacto entre os presidentes das Casas do Congresso, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o presidente Jair Bolsonaro na véspera alimentava forte otimismo entre participantes do mercado.
Também colabora para o sentimento a aprovação da medida provisória da reforma administrativa pelo Senado, mantendo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Economia. Com isso, não há mais risco da medida cair, embora ainda restem outras que precisem ser votadas.
A percepção é que o acordo entre os Poderes tira do caminho qualquer obstáculo que poderia ser um entrave à aprovação da reforma da Previdência e outras importantes pautas econômicas.
“Agora o mercado começa a ter uma posição mais positiva com relação ao que pode acontecer com a aprovação da reforma da Previdência, algumas outras medidas importantes vão ser votadas. O mercado começou a dar credibilidade para a aprovação da agenda”, disse o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante.
Em entrevista à Reuters na terça-feira, o presidente da Comissão Especial da Câmara para a reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que a tendência é de o parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) ser votado pelo colegiado somente na primeira semana de julho.
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Segundo Cavalcante, no entanto, a preocupação de investidores está menos no prazo da aprovação e mais no teor do texto que será aprovado, sob a expectativa de que seja mantida a economia de cerca de R$ 1 trilhão almejada pelo governo.
Do panorama externo, agentes financeiros notavam elevada aversão ao risco neste pregão em meio a novo atrito entre Estados Unidos e China, após jornais chineses alertarem que o país está pronto para usar terras raras como retaliação em uma guerra comercial com os Estados Unidos.
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos usados em tudo, desde eletrônicos de alta tecnologia até equipamentos militares. A perspectiva de que seu valor pudesse subir como resultado da guerra comercial causava uma elevação acentuada das ações de produtores.
Embora a disputa comercial entre EUA e China fique em segundo plano neste pregão, é possível que notícias neste sentido tragam volatilidade nesta quarta-feira.
O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.
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