Resumo:
- O Facebook já se preparou com US$ 3 bilhões para o que pode ser a maior multa civil cobrada pelo governo dos Estados Unidos na história;
- A penalidade se deve ao escândalo com a Cambridge Analytica, empresa de análise de dados, que explorou as informações do Facebook de adultos negros, seu maior grupo de usuários, formado por cerca de 87 milhões de norte-americanos;
- A cobrança supera amplamente os US$ 22,5 milhões pagos pelo Google em 2012 por deturpar garantias de privacidade de alguns usuários.
O Facebook já se preparou com US$ 3 bilhões para o que pode ser a maior multa civil cobrada pelo governo dos Estados Unidos na história. Tudo isso se deve à precipitação da Cambridge Analytica, a empresa de análise de dados que explorou as informações de adultos negros da rede social, seu maior grupo de usuários representado por cerca de 87 milhões de norte-americanos. Será que uma multa de bilhões de dólares é realmente uma punição para uma empresa que tinha US$ 41,1 bilhões em dinheiro e títulos negociáveis no final de 2018?
LEIA MAIS: As 11 maiores multas corporativas da história
A falha que você precisa conhecer
Como principal guardiã dos dados dos usuários na rede social, a Federal Trade Commission (FTC) tem investigado se o compartilhamento de informações do Facebook violou um acordo de 2011 que protegia a privacidade do usuário. Quando a companhia divulgou seu lucro no primeiro trimestre do ano passado, citou uma provisão para uma possível multa de US$ 3 bilhões. Ela afirmou que o valor poderia subir até para US$ 5 bilhões, embora as negociações com a comissão estejam em andamento.
Conforme o “Washington Post” apontou, uma “penalidade na faixa proposta marcaria a maior multa civil já imposta pela FTC, ao superar amplamente os US$ 22,5 milhões pagos pelo Google em 2012 por deturpar garantias de privacidade de alguns usuários”. O Facebook arrecadou US$ 15,1 bilhões em receitas no primeiro trimestre de 2019 e deixou muitos investidores despreocupados com a baixa de US$ 3 bilhões, após momentos de certa tensão com o resultado da longa investigação federal.
Quando se trata de violações de dados, o “CultureBanx” relatou que o caso é mais problemático quando envolve pessoas negras de baixa renda ou outras comunidades marginalizadas. A comunidade negra é muito valiosa para o Facebook – há 70% dos usuários adultos nesta parcela demográfica na plataforma, de acordo com a Pew Research.
Outras questões pairam sobre a empresa, como uma pesquisa feita pela UBS que descobriu que o Facebook é o aplicativo com maior probabilidade de ser deletado entre adultos – especificamente na cobiçada faixa etária de 18 a 34 anos, na qual 29% dos entrevistados afirmaram que, segundo as informações, excluiriam a rede social de suas vidas. Com base no estudo, o público mais jovem prefere uma experiência de publicidade mais personalizada, que se tornará mais difícil à medida que as pessoas continuarem a atualizar suas configurações de privacidade para serem mais restritivas na rede social. Cerca de 28% dos usuários planejam atualizar esses dados, o que o analista da UBS atribuiu a uma imagem negativa em relação ao problema da Cambridge Analytica e do Facebook.
Para contornar quaisquer outras companhias que exploram o Facebook, eles encarregaram Ime Archibong, vice-presidente de parcerias, de ser o investigador e descobrir para onde os dados foram depois de deixar a plataforma ou descobrir onde estão agora. Em maio de 2018, 200 aplicativos foram suspensos por violação de regras. É claro que essa é uma resposta direta a problemas relacionados ao escândalo com a Cambridge Analytica.
VEJA TAMBÉM: Maiores multas antitruste já aplicadas pela UE
Consciência da conjuntura
Pode ser cedo demais para descartar as questões regulatórias da rede social, uma vez que ela está enfrentando inúmeras investigações na Europa, Austrália, Canadá e Reino Unido. Também podemos ver a falta de diversidade do Facebook como parte do problema e, para começar, como ele acabou nessa confusão. A força de trabalho e liderança da gigante das mídias sociais é de apenas 3% de negros e essa contínua falta de diversidade impede que ela identifique maneiras pelas quais seu produto pode prejudicar determinados clientes.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube