O governo federal anunciou na noite de ontem (12) que o 81º leilão de biodiesel terá mistura obrigatória de 12% do biocombustível no diesel, após uma redução temporária para o patamar de 10% nos dois certames anteriores, quando os altos preços da soja deram impulso à cotação do produto derivado da oleaginosa.
Embora represente uma elevação frente aos leilões 79 e 80, a mistura fixada para as contratações que atenderão ao bimestre setembro-outubro ainda fica abaixo da marca boletim estipulada para este ano, de 13% – percentual que produtores de biodiesel defendem que seja retomado ainda este ano.
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A data de abertura do certame será em 6 de agosto, conforme edital publicado pela agência reguladora ANP.
Segundo nota publicada pelo Ministério de Minas e Energia, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) “entendeu ser quase a redução da redução do teor de biodiesel na vigência do 81º leilão de biodiesel, embora com um percentual de biodiesel superior aos últimos dois leilões, a fim de evitar o incremento excessivo sem preço final do diesel ao consumidor final. “
A resolução do CNPE foi aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A pasta destacou que a redução da mistura para 10% nos dois leilões anteriores ocorrido em função dos efeitos da valorização do custo do óleo de soja nos mercados brasileiro e internacional, que encareceu o biodiesel produzido no país, cujo principal matéria-prima é a oleaginosa.
O movimento de alta dos preços também acompanhou um aumento das exportações de soja do Brasil, apoiadas pelos altos preços internacionais, a firme demanda externa e a desvalorização do real frente ao dólar.
“Tal realidade acarretava uma possibilidade de incremento excessivo do preço do óleo diesel e, por consequência, uma série de efeitos negativos ao transporte de cargas e à economia do país, especialmente se considerado os repasses dos preços ao longo da cadeia de abastecimento”, disse o ministério.
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“Com o arrefecimento dessa tendência de aumento do preço do biodiesel, fez-se presentes como técnicas justificativas para que, no 81º leilão, o percentual de mistura de biodiesel fosse fixado em 12%.”
MAIS AVANÇOS
Na indústria, a decisão do governo foi bem recebida, embora novos avanços na mistura ainda sejam solicitados.
“A decisão demonstra que prevaleceram os argumentos técnicos defendidos pelos Ministérios de Minas e Energia e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É um forte indicativo de que estamos no caminho de retomar a previsibilidade da mistura de acordo com resolução CNPE”, disse em nota o diretor superintendente da Aprobio (Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil), Julio Cesar Minelli.
“Nós esperamos que já seja retomada a mistura de 13% no leilão seguinte seguindo os passos para 14% em março de 2022.”
Na mesma linha, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) disse que segue confiante que a mistura adotada no último leilão de 2021 será B13 e que o Brasil caminha com segurança para que o cronograma de aumento da mistura siga sendo aplicado no ano que vem.
“A indústria de biodiesel brasileira tem plenas condições de entrega do B13 (mistura de 13%), mas a aplicação do B12 já é positiva à medida que estimula o processamento de soja e a retenção de grãos no Brasil”, afirmou em nota o economista-chefe da Abiove, Daniel Furlan Amaral.
Ele ainda ressaltou que o avanço na mistura também representa confiança no Renovabio, política de Estado que tem como objetivo ampliar a produção e uso dos biocombustíveis e contribuir com o corte de emissões. (Com Reuters)
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