Não é difícil apaixonar-se pelos encantos da Suíça – aliás, é uma das tarefas mais fáceis do mundo. Nem todos, no entanto, vivem uma história de amor tão longeva e intensa com o país quanto Iara Jereissati, que lá esteve pela primeira vez em 1992 e para lá retorna todo ano, não raro mais de uma vez.
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A paixão se transformou em “casamento” em novembro de 2018, quando a empresária e filantropa foi nomeada embaixadora de St. Moritz, estância turística procurada tanto por seus muitos dias de sol (322 ao todo!) quanto por seu charme nevado no inverno. Ela se junta, assim, a um seleto time de representantes mundiais do qual também fazem parte a modelo e herdeira italiana Margherita Missoni e o arquiteto inglês Norman Foster. “Foi uma forma de oficializar um trabalho que eu já fazia espontaneamente, que é divulgar para as pessoas as maravilhas desse vilarejo tão especial”, afirmou Iara à Forbes no jantar que celebrou seu novo título. Depois da cerimônia, ela esteve em St. Moritz em dezembro, quando posou para as fotos que ilustram esta reportagem, e novamente em janeiro, para esquiar.
Formada em direito pela PUC Minas – seu estado natal e que a elegeu miss em 2004 (no concurso de Miss Brasil ela ficou em segundo lugar) –, Iara também estudou marketing na Faap, em São Paulo. Dedica-se hoje a atividades na empresa de shoppings do marido, o empresário Carlos Jereissati, e ao trabalho voluntário para ONGs como a Make-A-Wish, que realiza sonhos de crianças com doenças graves, e o Abrigo Nossa Senhora Aparecida, que atende idosos. “Pretendo me envolver cada vez mais com as causas filantrópicas”, diz ela, que costuma ressaltar “a importância das relações humanas” para a filha, Maria Clara, de 7 anos.
A seguir, Iara fala sobre sua vida como mãe, sua conexão com a moda, suas ações filantrópicas e, claro, St. Moritz.
FORBES – Como começou sua história com a Suíça?
Iara Jereissati – Conheci o país em 1992, numa viagem de férias com meus pais e alguns amigos. Passei a ir com mais frequência a St. Moritz, Gstaad e Genebra a partir de 2004, com meu marido.
Por que essa paixão? Alguma coisa lá faz você se lembrar de Minas Gerais, por exemplo?
Sim: as fazendas produtoras de leite e a tradição na produção de queijos artesanais. Minha família tem fazendas e, como cresci nesse ambiente, o contato com o campo me traz essas lembranças. Os dois lugares ocupam um espaço enorme no meu coração.
St. Moritz atrai tanto quem ama o inverno quanto os apreciadores do verão europeu. Que estação prefere?
O lugar é uma delícia em ambas, mas acho mais charmosa no inverno, por causa dos esportes na neve.
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Você é boa esquiadora?
Procuro respeitar a pista e praticar o esporte dentro das minhas limitações. O que mais me encanta no esqui é a experiência que ele oferece: o visual maravilhoso e o ar fresco das montanhas. As paradas para o almoço e um chá quente completam o programa.
Sua filha puxou esse talento?
Ela esquia muito melhor que eu. Aprendeu aos 3 anos.
Como faz para dividir seu tempo entre todas suas atividades: vida profissional, deveres (e prazeres) de mãe, compromissos sociais…
Minha rotina é intensa, mas todas essas atividades me dão muito prazer. Felizmente, conto com o apoio de pessoas dedicadas ao meu lado, então não executo todas as tarefas sozinha. Isso faz toda a diferença.
Algumas mulheres sentem certa culpa por não conseguir passar mais tempo com os filhos. É o seu caso?
Definitivamente não. Organizo minha agenda para estar o máximo de tempo possível com minha filha. Ela é sempre minha prioridade. Além disso, procuro tornar o tempo que estamos juntas o mais proveitoso possível.
Que valores faz questão de transmitir para ela?
O valor da palavra, do respeito ao próximo, da integridade, da compaixão, da simplicidade. Mesmo ela podendo usufruir de boas experiências e produtos, as relações humanas ainda são o mais importante de tudo.
Como foi desfilar com ela para a Dolce & Gabbana, na Semana de Moda de Milão?
Foi emocionante demais!
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Quais são suas cinco grifes favoritas?
É difícil elencar só cinco, existem grandes marcas fazendo trabalhos belíssimos. Procuro acompanhar os desfiles para entender a motivação dos estilistas e conhecer as tendências da moda. Entre as internacionais eu citaria Chanel, Dolce & Gabbana e Hermès. Das nacionais, Mixed, Cris Barros, Adriana Degreas, Alexandre Birman, Vivara e H.Stern.
Você disse no jantar em sua homenagem, em São Paulo, que visita St. Moritz duas vezes por ano. Agora, como embaixadora, pretende ir ainda mais?
Com certeza! O título me deixou muito feliz. O trabalho como embaixadora vai além de representar oficialmente a cidade no Brasil. Meu propósito, mais do que nunca, é tocar o coração das pessoas e despertar o interesse delas por um lugar tão especial.
Que programas indica para quem vai com a família?
No inverno, o passeio de trenó que leva os visitantes até um charmoso restaurante especializado em fondue, o Crasta Fex. Para quem busca tranquilidade, as termas do Hotel Kempinski. Aos domingos, não deixo de acompanhar a missa em português na igreja católica de St. Moritz-Bad. A cidade também tem boas lojas de chocolate, como a Läderach, e de cashmere, caso da House Lamm.
E para casais numa viagem romântica?
A Suíça é romântica por natureza. Gstaad, por exemplo, parece ter sido inspirada em um conto de fadas. Em St. Moritz, minha sugestão é se hospedar no Badrutt’s Palace, um hotel fantástico com aparência de castelo. Como sugestão de passeio, recomendo um tour ao redor da igreja e uma caminhada no lago congelado. Patinar no gelo também é uma grande diversão.
Quais são seus restaurantes favoritos?
Antes de ir para a estação de esqui, já gosto de reservar os restaurantes. Na pista, meu favorito é o El Paradiso, mas também não deixo de ir ao Chesa Chantarella e ao Mathis. Os apaixonados por pizza devem conhecer a Chadafö, um lugar que amo. Na cidade, sugiro o especializado em caviar Glattfelder, a pizzaria Chesa Veglia e a confeitaria Hanselmann. Para algo mais sofisticado, o restaurante Talvo by Dalsass (duas estrelas Michelin).
O que representou para você estar na lista de mulheres mais poderosas do Brasil da Forbes?
Estar nesse ranking ao lado de mulheres tão incríveis foi motivo de enorme satisfação e orgulho, não só para mim, mas para toda a minha família.
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E de onde vem a motivação para se envolver em trabalhos filantrópicos?
Eu cresci numa família que valoriza as ações sociais. Meus pais foram apoiadores de vários projetos na minha cidade natal (Luz, em Minas Gerais). Era natural que eu fizesse o mesmo [Iara apoia iniciativas como Essência Bela, Make-A-Wish, Afesu, Abrigo Nossa Senhora Aparecida e Naked Heart Foundation]. Ver a emoção no rosto das crianças carentes realizando seus sonhos é o que me motiva a ajudar cada vez mais.
Que impacto, que legado você espera deixar no mundo?
Acredito que a busca pela felicidade precisa ser pensada no coletivo e não só de forma individual. Pretendo me envolver cada vez mais com as causas filantrópicas em prol dos menos favorecidos. E no futuro, quem sabe, contribuir para a redução da desigualdade no país.
Reportagem publicada na edição 65, lançada em fevereiro de 2019
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