O dólar teve firme queda e fechou abaixo dos R$ 4 pela primeira vez em cerca de duas semanas, em meio a uma intensa redução de posições pessimistas no mercado de câmbio brasileiro diante de sinais favoráveis à reforma da Previdência.
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O real teve o melhor desempenho entre as principais moedas nesta sessão. O dólar à vista caiu 1,20%, a R$ 3,9761 na venda. É o menor patamar para um encerramento desde 14 de maio (3,9758 reais).
A desvalorização é a mais intensa desde 21 de maio (-1,39%). Na B3, o dólar futuro cedia 1,35%, para R$ 3,9720.
O dólar passou nove sessões consecutivas fechando acima de R$ 4. A última vez que a cotação havia terminado uma sessão abaixo desse nível fora em 15 de maio (R$ 3,9962).
“Há claramente um ‘short squeeze’ no câmbio. O real vinha depreciando muito mais que os pares. Agora a mão inverteu, pelo menos por ora”, disse Roberto Campos, gestor sênior de câmbio na Absolute Investimentos.
O “short squeeze” acontece quando a intensa variação de um ativo força investidores posicionados de forma contrária a inverter a direção com o objetivo de reduzir perdas. No caso do real, investidores que estavam apostando na depreciação da moeda brasileira precisaram comprá-la (vender dólar) rapidamente para evitar ainda mais prejuízos.
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A agenda do Banco Central sobre conversibilidade do real deu respaldo ao ambiente vendedor de dólares, de acordo com operadores.
Analistas já vinham alertando que o câmbio era o ativo mais propenso a uma correção pronunciada, uma vez que ficou para trás mesmo no momento mais benigno para o mercado brasileiro neste ano, entre o fim de janeiro e início de fevereiro.
Dado que o estrangeiro tem evitado novas posições no mercado local, a leitura é que o ajuste na taxa de câmbio nesta semana seja liderado sobretudo por locais.
E números da B3 endossam essa percepção, já que os agentes domésticos foram os que mais pioraram as expectativas para o real, cujos excessos estariam sendo revertidos agora.
Fundos locais compraram, em termos líquidos, US$ 6,5 bilhões neste ano, considerando contratos de dólar futuro, swap cambial e cupom cambial. No mesmo período, os estrangeiros também elevaram o “hedge” via câmbio, mas em menor magnitude: US$ 2,5 bilhões.
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Ou seja, um total de US$ 9 bilhões foi tomado em conjunto por esses dois grupos de investidores. Em 2019, o dólar acumula alta de cerca de 2,5% ante o real.
“Movimentos de manada, como o que parece ser agora, podem se esgotar rapidamente. Então o dólar segue sob risco de alta”, ponderou Campos, da Absolute.
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