O grupo norte-americano Host Hotels & Resorts está vendendo seus três hotéis no Rio de Janeiro e saindo do Brasil, disseram três pessoas a par do assunto, estratégia para venda de ativos de baixo retorno e foco em operações nos Estados Unidos.
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A decisão mostra como investimentos anteriores aos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro se converteram em elefantes brancos numa cidade marcada por violência e crise fiscal. Procurada, a Host Hotels não comentou o assunto. A empresa tem 93 hotéis no mundo.
Um dos maiores fundos imobiliários do mundo, a Host Hotels estreou no Brasil em 2010, quando pagou US$ 47,5 milhões pelo hotel JW Marriott, de 245 quartos, na praia de Copacabana.
A empresa depois investiu mais US$ 67 milhões no desenvolvimento de um hotel Ibis de 256 quartos e um Novotel de 149 quartos, inaugurados em 2014 e operados pela francesa Accor e próximos de instalações olímpicas, na Barra da Tijuca, no oeste da capital fluminense.
“Pode ser difícil encontrar um comprador disposto a pagar o que eles investiram”, disse uma das fontes.
Dezenas de hotéis foram inaugurados antes da Olimpíada de 2016 no Rio, que tinha cerca de 50 mil quartos naquele ano, ante 30 mil em 2010, segundo o Hotéis Rio, o Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município. Cerca de 15 hotéis fecharam desde o final dos Jogos, de acordo com a entidade. “Ninguém investiu em publicidade quando o evento esportivo acabou, nem o Estado nem a cidade, nem a União. E todo mundo deu as costas para o Rio assim que a nova cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos foi anunciada”, disse Alfredo Lopes, presidente da Hotéis Rio.
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As viagens de negócios também sofreram com retrocessos no setor de petróleo e gás, particularmente após a Petrobras ser envolvida em um amplo escândalo de corrupção.
Uma economia fraca e excesso de quartos reduziram as taxas de ocupação hoteleira no Rio de 75% em 2014 para 55% este ano, disse Claudio Marcelo Costato, diretor comercial da consultoria Binswanger Brasil, citando dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB). Mas a crise enfrentada por alguns grupos hoteleiros se apresenta como uma oportunidade de compra para outros.
“Faz sentido que a Accor considere comprar os hotéis da Host, dependendo do preço, especialmente para converter o de Copacabana (para uma das marcas da Accor)”, disse uma fonte próxima à empresa francesa.
A Accor não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A Accor investiu recentemente na América Latina, aceitando ano passado pagar cerca de US$ 105 milhões pela empresa de gestão por trás do Atton Hoteles, do Chile, além de desembolsar cerca de R$ 200 milhões em 2017 para administrar 26 dos hotéis do Brazil Investment Group.
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