Fundadores de unicórnios brasileiros, como são conhecidas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, acreditam que será necessário ajustar os negócios para reduzir a queima de caixa, em meio a uma forte queda nos investimentos no setor, segundo uma pesquisa do fundo de venture capital Atlântico.
Os investimentos de venture capital na América Latina caíram para US$ 2,4 bilhões no segundo trimestre do ano, de US$ 5 bilhões no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Lavca, associação para investimento de capital privado na região.
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Os fundadores de unicórnios consultados concordam que seus concorrentes também terão que se ajustar para diminuir a queima de caixa– 37% dizem que suas companhias farão isso e 50% acham que será necessário nos rivais. Embora apenas 5% desses executivos acreditem que sua empresa terá que fechar ou ser vendida às pressas, 33% acham que isso acontecerá na concorrência.
As medidas mais comuns para reduzir queima de caixa são congelamento de contratações, redução de gastos com marketing e demissões, de acordo com a pesquisa do Atlântico. Cerca de 80% das startups que demitiram pessoal cortaram 10% ou menos da força de trabalho.
Embora tenha ficado mais difícil levantar capital, a América Latina ainda tem boas oportunidades, segundo Julio Vasconcellos, sócio do Atlântico.
A penetração da internet cresceu em países da região com a pandemia, atingindo 78%, e agora está acima dos 69% visto na China e mais próximo dos índices de países desenvolvidos. A penetração nos Estados Unidos é de 92%.
O crescimento na participação do comércio eletrônico nas vendas no Brasil para cerca de 7% parece ser permanente, enquanto nos EUA o movimento escalou de volta aos níveis pré-pandemia. A dinâmica parece ter mudado no Brasil em setores como saúde, serviços financeiros e de entrega de produtos.
Apesar da queda nos preços de ações de empresas de tecnologia nos países desenvolvidos, os investidores ainda estão otimistas com o potencial de lucros com essas companhias na América Latina, afirmou Vasconcellos.
Apenas 1,5% do valor de mercado de empresas latino-americanas está relacionado ao setor de tecnologia, participação que atinge 20% na China e 52% nos EUA.
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