A plataforma chinesa de varejo Temu está ingressando no e-commerce brasileiro, gerando preocupação entre os concorrentes. A empresa se registrou no programa Remessa Conforme, da Receita Federal, que permite a importação de mercadorias abaixo de US$ 50 (R$ 264) sem imposto de importação. A entrada da Temu pode ter um impacto negativo no setor varejista local.
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Diferente da Shein, conhecida por sua ênfase na moda, a Temu oferece uma gama muito mais ampla de categorias, incluindo produtos para pets, vestuário, brinquedos, artigos para casa e eletrônicos. Especialistas do mercado acreditam que empresas como Magazine Luiza, Mercado Livre e Shopee devem sentir mais pressão com a chegada dessa nova concorrente.
Embora o aplicativo da Temu já esteja disponível para download no Brasil, as compras ainda não estão habilitadas. Segundo o BTG Pactual, o aplicativo já recebeu mais de 3 milhões de avaliações no país, com uma média de 200 mil downloads mensais. Este ano, a empresa vendeu US$ 13 bilhões (R$ 68 bilhões) e projeta triplicar esse valor globalmente.
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A Pinduoduo, proprietária da Temu, recentemente ultrapassou o valor de mercado da Alibaba, que é dona do Aliexpress. Avaliada em US$ 195 bilhões (R$ 1 trilhão) na Nasdaq, a empresa tem gerado preocupação no mercado. “As varejistas devem temer a Temu. Basta observar como ela cresceu nos mercados da Europa e dos Estados Unidos”, afirma Fernando Moulin, especialista de negócios da Sponsorb. “Atualmente, ela é a segunda empresa com maior faturamento e volume de vendas no e-commerce americano.”
Lançada em setembro de 2022, a Temu, assim como outras varejistas chinesas, oferece uma vasta gama de itens, desde eletrônicos até roupas. Seu diferencial está nas promoções agressivas e na experiência do usuário, com a plataforma captando dados para que os fornecedores ajustem suas produções.
Apesar de sua estratégia agressiva de preços, a reputação da empresa em outros países é marcada por atrasos na entrega e avaliações medianas. No Better Business Bureau, equivalente americano do Reclame Aqui, a Temu possui nota C+ em uma escala que vai até A+, o que pode levantar dúvidas sobre sua confiabilidade.
“Embora a chegada da Temu ao Brasil represente uma nova dinâmica competitiva para as varejistas locais, o principal é se preparar estrategicamente”, diz Rafael da Cunha, CEO da Climba Commerce. “Focar em oferecer uma excelente experiência de compra, atendimento personalizado, qualidade dos produtos e agilidade na entrega pode ser um diferencial importante para manter a relevância e competitividade diante da chegada de novos players.”