Resumo:
- Estudos revelam a ligação entre os neurônios intestinais e o sistema límbico, parte do cérebro que toma parte no processo de decisão;
- Ensaios clínicos demonstram que suplementação com probióticos pode diminuir a reatividade cognitiva em pessoas com humor baixo, além de reduzir os sintomas da depressão e a metabolização da insulina;
- Anotar como suas decisões são tomadas e desenvolver novos hábitos alimentares podem ajudar a restabelecer o equilíbrio entre intestino e mente.
Maio é mês de saúde mental. Esse é um bom momento para um balanço holístico da mente, porque é fácil pensar em nossos cérebros isolados e esquecer da conexão entre a cabeça e o corpo.
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Nos últimos anos, o campo da pesquisa neurobiológica revelou um complexo sistema de comunicação entre as bainhas dos milhões de neurônios embutidos em nossas paredes intestinais e o sistema límbico, no cérebro, que é parte integrante de nosso sistema de tomada de decisão. As varreduras mostram esses caminhos claramente. O sistema límbico é responsável pela experiência e pela expressão das emoções e todas as escolhas são influenciadas por elas — quer gostemos de pensar assim ou não. É também onde nossos hábitos e padrões comportamentais são armazenados, de modo que ele ajuda a governar as funções cerebrais complexas, incluindo a motivação e o acesso à nossa sabedoria e intuições mais profundas.
O modo como esses caminhos são afetados pela saúde física de nosso intestino e pelo equilíbrio único de bactérias dentro dele ainda está em processo de descoberta. Numerosos ensaios clínicos demonstraram que a suplementação com probióticos pode reduzir os sintomas da depressão. Em um estudo realizado por pesquisadores na Holanda, os complementos probióticos diminuíram a “reatividade cognitiva” para humores delicados.
Outras pesquisas, feitas em 2015, apontaram que oito semanas de suplementação podem levar a reduções significativas nos sintomas do transtorno depressivo e melhoras no metabolismo da insulina. O efeito metabólico é interessante por mostrar que a resistência à insulina está correlacionada com a depressão grave — e parece haver uma forte ligação com diabetes, obesidade e até demência.
Se o humor — e a depressão — é em parte afetada pela flora intestinal, que impacto pode ter em uma tomada de decisão? O pensamento depressivo se inclina para a aversão ao risco e uma mentalidade de escassez. Isso pode conduzir você a um curso de ação que — talvez de modo inconsciente e involuntário — seja resistente à mudança e priorize a manutenção do status quo.
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Não é preciso qualificar-se clinicamente como “deprimido” para cair nessa armadilha. Qualquer pessoa com humor sensível pode ter sua decisão comprometida pela negatividade. Mas há a coisas que podemos fazer para recuperar o equilíbrio e nos reconectar com nosso eu otimista, abundante e intuitivo.
Comece a tomar probióticos. Escolha uma variedade de amplo espectro e certifique-se de que eles incluem Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei e Bifidobacterium bifidum, uma vez que estas estirpes foram consideradas eficazes no combate aos sintomas depressivos. A presença de mais de 50 bilhões de unidades formadoras de colônia (CFU) são um bom indício para saber se você está comprando um bom suplemento.
Comece um diário para registrar sua tomada de decisão e descubra se você está realmente ouvindo a sua intuição. Toda vez que fizer uma escolha, anote o processo. Você usou seu instinto, ou seu cérebro racional o levou a essa trilha? Volte a essa questão regularmente para descobrir se os seus hábitos estão servindo bem a você ou se é necessário repensá-los.
Dê um descanso ao seu sistema digestivo com um suco verde por 1 ou 3 dias; faça jejum de 24 horas uma vez por mês; coma com restrição de tempo (por exemplo: refeições apenas das 8h às 20h ou das 12h às 20h); ou jejum intermitente por 1 ou 2 dias, toda semana. (Só experimente essas dicas apenas se não houver contra-indicações médicas.)
Reduza o estresse e permita que seu sistema imunológico se reabasteça. Tente usar um aplicativo de meditação, aulas de ioga ou desfrute de uma sessão de reflexologia. Essas atividades comprovadamente reduzem os níveis de cortisol — o hormônio do estresse, que corrói nossa imunidade, devido ao seu efeito destrutivo sobre as bactérias do intestino. O campo da psico-neuro-imunologia é uma área crescente de interesse que conecta nossos processos psicológicos (como a tomada de decisões) com nossos sistemas imunológico e neurológico.
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